A normalização
gradual e segura
dessa abominação
(usual porventura)
é o que vemos então:
- contém a tristura
convém ao cidadão
além-sepultura
aquém da entubação.
Uma poesia
do dia a dia
se gostaria?
Se quererias
(eu quereria)
apiançaria
afiançaria
aliançaria
um par de vias
adiantaria?...
Uma poesia
sabedoria
do dia a dia
poder-se-ia
caligrafia?
Expressaria
que passaria
represaria
reprisarias?
Imitarias
imutarias
imantaria?...
Se mais poesia
que deveria
compilarias
combinarias
cominaria?
Se versaria
que rugiria
(porque urgirias)
eu urdiria
e fugirias?...
...
Uma poesia
para o teu dia
que fosse fria
e aguentarias
(que contarias
que aquentaria)
cê gostaria?
[dia a dia
hora a hora
uma a uma
cara a cara]
[um desdobramento
do prolongamento
desse sofrimento
tornou tal tormento
(por temperamento)
desvanecimento]
síntese
Velhos humanos
novos recursos
novos hermanos
velhos concursos;
velhos enganos
novos excursos
novos insanos
velhos discursos:
- novos tiranos
velhos percursos
dos soberanos
dos intercursos...
...
(velhos renovos
novos cravelhos;
escaravelhos
caros de novo...)
Aduz
o breu
à luz
sem céu
enteu
nem cruz
que seu
é o véu
chapuz.
[tempos somenos
se vemos normais
correm de menos
escorrem demais]
a Ursula Diesel
1. O pixo
repuxa
o lixo
do luxo.
...
2. O pixo
repuxa
do bicho
o bucho.
...
3. O pixo
empuxa
do fixo
seu eixo
mais suxo.
...
...
4. Um pixo
que picha
cochicha
caprichos;
se picho
sem nicho
comicha
buchichos?
...
5. (e picho
machucho
que pixa
debuxos?...)
...
...
6. Um pixo
cartucho
esguicha
que suchos?
...
...
...
7. Um pixo
pasticho
me puxa
prolixo;
te puxa
na rixa
mais bruxa
mais pixa...
Aqui
é todo lugar
agora
a todo momento.
a Eduardo Galeano
Eu sou
do sul.
(my soul
in full)
Lembre:
nunca
sempre
dunga
sembre
sem mais;
sempre
nunca
sembre
funca
demais.
...
Lembre:
punga
sempre
dunga
sembre:
tunga
sempre
jamais!