quarta-feira, 29 de agosto de 2007

TORPEDOS V

... poemas, disseste /
escrevo de estrelas, a oeste /
de ti, quando leito /
deito-te a leste...

27/08/07, às 19:10:23

***

Meus dedos ardem, secos /
avessos sentimentos /
se anseiam, exilados /
teus cabelos perfumados /
do desejo de meus pêlos...

28/08/07, às 11:07:03

***

... não demoro, juro /
neste vôo noturno /
quieto e fecundo...

28/08/07, às 20:05:06

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

TORPEDOS IV

A lembrança do brilho /
de teus olhos lindos /
acompanha o estio /
tecido de tua ausência: /
- ciência da seca /
que desfio...

23/08/07, às 20:59:41

***

... o ocaso da distância /
é o ocaso da ânsia /
de te viver /
(sem tardança /
de muito querer...)

23/08/07, às 21:31:51

***

... já vai, neste dia /
boa parte da travessia /
à outra margem, a metade /
mais minha desta vida...

às 14:29:03

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

TORPEDO II

... as horas correm ligeiras /
quando encantado, desperto /
das tuas graças perfeitas /
meu sonho de amor eterno...

às 11:08:02

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

TORPEDOS III

... mais beijos /
que desejo alheios /
à tortura alegre que percebo /
brotar ausente do tempo /
ágil dos teus dedos...

às 14:20:52

***

... o desespero /
do desejo /
com que te amo /
é o sôfrego /
doido manso /
deste asilo /
céu florido /
que te recanto...

às 14:42:01

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O AVESSO

Instaurou-se, anunciado

(indevidamente previsto
desmedido e calculado)

O pesadelo.

Contudo, dele me afasto

(pelo que me aguardo
do que segue ao fardo)

O necessário.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

TORPEDOS II

... meu momento /
de silêncio /
é teu tempo /
(adensamento) /
por dentro...

07/08/07, às 09:33:51

***

Como assim pedaços /
sensíveis ao olfato /
(por ti perfumado) /
soltas ao acaso /
quando aqui sofro /
agruras do trabalho?...

07/08/07, às 17:53:18

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TORPEDO

... às vezes, a saudade que bem sinto /
o bom senso atropela, o equilíbrio /
e me deixa o coração em desatino /
a errar mil vezes o caminho...

às 20:59:52

UM AMIGO

O que mais fundo sinto
Que vem do fundo do abismo
Que habito - mas sempre desabituo
De conviver comigo

É como se fosse parente
Ausente de presentes tecidos
Cotidianamente - repetidos
E rotineiramente revistos;

Mas que me abraça, terno
Com todos seus finos espinhos
Rubros cosendo perfurações

Dos botões de que me visto:
- Um velho camareiro, discreto
com segredos de toucador...

sábado, 4 de agosto de 2007

DESCUIDO

Um segundo, é o bastante
Um instante surdo, lancinante

Para que desmorone
(num minuto insone)
O importante;

Para que o castelo de cartas
(desamassadas, relidas)
Das escadarias douradas
Até a divina morada (tardia)

Desabe - numa jogada.

[Deliberada ou distraída, não esqueçamos:
o mal opera nos interstícios da atenção.]

TORPEDOS

Ouço o tempo algoz /
De ausência da tua voz /
Esvair-se dia /
Pela noite que aproxima...

20/06/07, às 16:41:24

***

... entre as coxas /
quentes /
que repousas /
rente /
àquele que (te) deseja /
tenazmente...

20/06/07, às 16:58:33

***

A manhã em flor /
Não rompeu ainda /
Mas a rubra iminência /
De tua doce presença /
Já perfuma o dia...

15/07/07, às 05:25:26

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

REFLUXO

Certos afetos

(por sentimentos obsoletos)

Têm momentos (tetos)
De reta obediência absoluta

(sem luta)

À gravidade de fatos
Escassos de esperança
(rasos sem tardança):

- Dessa mecânica celestial

[ao fim da qual, em geral
não é tão má, nem (a mim) igual
a consciência da normalidade
como orgânica finalidade]

o que me cola ao chão
é menos daí
que daqui então...