domingo, 30 de junho de 2013

QUADRA-EXORTAÇÃO

má 'versação'

Sejam bem-vindos ao alto padrão
o Padrão Fifa de Malversação!
Sejam benquistos do novo patrão
o Patrão Fifa da Maior Paixão!...

#9 DREAM

No momento
em que avento
um lamento
lazarento

por nada estar acontecendo

(por não cevar vento
haver movimento
devir a contento

novo equipamento
ou algum adendo)

ouço a tempo o invento
místico do tempo

(correndo e ocorrendo)

no sonho de Lennon...

sábado, 29 de junho de 2013

AGORA QUE ELA FOI

poemeu amorozim

A minha parceira
de amores eleita
de dores doceira
(pois doces receita)

e ardores afeita
(feito pimenteira)

embora roseira
- e espinhos requeira

é mais companheira

que a lua é da poeira
do céu que lhe enfeita
na via leiteira...

sexta-feira, 28 de junho de 2013

DERROTINA

a minha Diotima

Dizer o quê desta vida
da estreiteza da rotina?...

Do prazer que é esta rotina
toda ela repetida

diária, diuturna, igualzinha
parente, amiga ou vizinha

dos relógios, calendários
de negócios e dos vários

deveres atrabiliários
cíclicos e estacionários:

- ordenadores que faço
ordenhadores do espaço...

Dizer o quê da rotina
da incerteza que cativa?

Que é prazerosa essa via
vitoriosa derrotina...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

CARPIDURAS

e pergunta

Quando estórias são varridas da memória...
Quando a história...

Quando a estrada percorrida dá em nada...
Quando o mapa...

Quando a mente descaminha decrescente...
Quando mente...

Quando o peito sobrevoa o parapeito...
Quando feito...

Quando a página da lágrima evanesce...
Quando desce...

Quando a hora é postergada até agora...
Quando tarda...

Quanto vento, quanto vento, quanto vento
nesse tempo...

E quanto ao sótão e ao porão do casarão
na escuridão?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

QUADRA (BI)POLAR

... como aqueço, comparado a antes:
- alívio sorrindo entre semblantes
dispensados de fardos adiante
diante do regelo contrastante...

terça-feira, 25 de junho de 2013

JUNINA III

de cabeça no problema

Formulemos
debatamos
decidamos
e implantemos

políticas
inclusivas
travestidas
de carícias
exclusivas

pra cuidarmos
com carinho
indizível
e extensível

do declínio
das primícias
e desígnios
extraíveis

do fígado
de galinha
chauvinista

mui sensível
dos fascistas...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

CONVERSA REFLEXA

no santuário de um banheiro

Quais teus problemas de sono?

O que concluo de pronto
diante do espelho da face
(dos respeitos ao enlace)

a despeito de haver pontos:

- uns vestígios do passado
e indícios de no presente
ter de alguma forma errado
caminhos que se pressente...

Nas noites por interiores
inconscientes de limiares
atalhas trilhas tão fáceis

de palavreados tão ágeis
entre os rostos familiares
de períodos anteriores;

nas noites por interiores
pelas veredas tão claras

nas corridas e dos suores
lavando os teus arredores

não te calas, não te calas

e portanto nada ouves.

Desejos de claridade
(logo, de felicidade)
sobrevivem, na verdade:

- vestígios de particípios
indícios de precipícios

por que importam teus receios?
Tanto erras que erros acertas

dissolvidos em seguida
na indiferença do dia.

Minha mente gira esferas
e não tens nada com elas!...

domingo, 23 de junho de 2013

QUADRA DE ANTES DA FAXINA

Vezes um balde vazio
(de um plástico vagabundo)
enche elástico o sentido
de mais vazio no fundo...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

JUNINA II

a Joseph Blatter

Na arca nova, um velho Noé
marca cordeiros e lobos
- uns ordeiros, outros bobos

das manifestações de fé
de papagaios a louros
que são bichos que dão o pé...

Da arca nova, o mesmo Noé
marcha cordeiros e lobos
- uns primeiro, depois todos

em manifestações a ré
patrocinadas por outros
- os bichos que darão no pé...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

JUNINA

Entre a Fifa e o passe livre
há físicos de bom alvitre
e químicos já com salitre...

Entre a vida e a faceirice
dos que labutam meninices
há fé - até na gente à toa...

[surfistas de todo calibre
artífices das superfícies:
porão escafandros na proa?]

Entre a minha e a nossa lide
há deslizes - senão matizes
de uma condição que enodoa

a vida passiva que assiste
à pilantragem partícipe
entre a Fifa e o passe livre...

[enquanto isso, brasileirice:
um passarinho sem alpiste
retaguarda quem o despiste]

quarta-feira, 19 de junho de 2013

LABIRINTITE

Primeiro
a penso
um peso
terceiro

que agora
percebo
apenso
adentro;

um centro
que entorta
de dentro
pra fora

o penso
entorna
o tempo
na hora:

- vertigem
de viagem
à margem...

terça-feira, 18 de junho de 2013

REDIVIVO

Os ruídos do mundo
no qual sou defunto
me acercam, contudo

de puídos arrulhos
que juízos, barulhos
me acertam com tudo...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

PROLEGÔMENOS

antes do início da leitura
do Livro das mil e uma noites

... este lugar e momento
em que estou leitor sedento
costura sorte com chance:

- neste vagar ao relento
a textura, num relance
da feitura do romance

pela história da memória

dela a contar as estórias...

sexta-feira, 14 de junho de 2013

QUADRA(S) DE FIM DE SEMESTRE

da faca e do queijo na mão
(com adendos)

Pros meus atados alunos
(os amados, los hermanos
e os romanos, sobretudo)
sou Átila, rei dos hunos:

- o que atila os instrumentos
(os cortantes contratempos
de alados planos lascando)
queijo-do-reino entre os dedos...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

CARTA PARTIDA

a Carolina

Ah, minha amiga
que desentendo
tão longe ainda!...
Veio outro dia
feito cantiga
(quando eu ouvia
reto e direito)
duas notícias
a teu respeito
que a brisa alinha
de encontro ao peito.

Quanto à primeira
não desconheço
o que te anima
(por peçonhento)
tão lagartixa
na ideia fixa
de outro momento
que foste e afixa
entre paredes
qual uma rede
de expectativas...
(tente, brunette:
- faça omelete
do que derrete!)

Já na segunda
(que a contraria)
há Carolinas
do pé-na-bunda:
- as furibundas
e decididas
e preferidas
(portanto o apreço)
desta torcida
contra as patranhas
entre outras tantas
que reconheço.

Ah, minha amiga
nessa distância
ora indistinta!
Por que te penso
num contrassenso
se bem curtida
a tua desdita?
Tal contrapeso
refaz a sina
de um recomeço
assaz bonita:
- isso a despeito
de se bem feio
o parapeito
da ação infinda...

Ah, mais querida
pois requerida
mais Carolina:
- quando te beijo
do jeito ao vento
eu me desejo
a tua alegria
mesmo sovada
e embranquecida
do pó da entrada
que soprarias
(záz catavento!)
com dó da estrada...

domingo, 9 de junho de 2013

DUPLA (SEM) QUADRA

Antes de partir
depois de chegar
vou achar que vir
era pra ficar

achando de ir
ora de lidar
depois que partir
antes pra chegar...

sábado, 8 de junho de 2013

METAFÍSICA DOLORIDA DAS JUNTAS

O meu coração leva o meu corpo a passear
a andar, marchar, correr, meditar - e voar, zoar

pela noite insetívora por encontrar
zangões gastos como eu - de um vigor fabular!...

[o meu coração recusa a confabular
com tecidos em regime domiciliar]

A minha paixão ceva o meu pensamento
(enquanto faço, forço, gozo e padeço)

a considerar tal comprometimento
(enquanto aprofundo o seu entendimento)

colateral - dado o terreno sal local

daquele suadouro de razões corporais
naquela etérea via concreta ademais

a requerer-me menos - mais ocasional...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

OUTRA ESTAÇÃO DO LOGRO

apesar de Andrew Jennings

Da mesma forma
que junho corta
o meio do ano
no mesmo lanho

a chuva agora
que molha junho
resseca julho
ao ir embora;

e aquele entulho
Copas afora
de todo mundo

aduba o plano
deste altiplano
florir embora...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

MUNDO ANIMAL

a Mércia

Centopeia
borboleta

juventude
madureza

uma ideia
uma teia

amor tal que não se esqueça
bicho, qual seria? Tipo

pés calçando compromissos
necessários porque tidos

ou são asas de vestidos
acessórios e bem-vindos?

A beleza cultivada
da pedreira laborada

dia a dia na jornada?

Ou o mármore do mito
ardendo o sonho mais lindo

da sacada nos sorrindo?...

***

Centopeia
borboleta

é possível compreendê-las
traças de antenas apenas?

São mamutes
de levezas:

- uma abelha
mel e cera

uma velha
Cinderela...

Depois delas
antes seja

amor tal que não pereça
das virtudes da incerteza...

terça-feira, 4 de junho de 2013

DA PEQUENICE

poeminha banal

Tempo das curtas
- mas mais desculpas

por atropelos
a contrapelo

sequer avento.

Vento de chuva?
Lento na bucha?
Tento de luva?

Sequer avento
se curto o tempo...

(sequer o vento
lhe furta a tempo)

[sequer alento
a busca adentro]

segunda-feira, 3 de junho de 2013

PEDAGOGIA DA MESADA

da esmola?

A honradez
da escassez
não tem vez

toda vez
que dou dez
ao invés

de ser três
(dois talvez)
todo mês...