sexta-feira, 19 de julho de 2019

NO ONE II

a olhar do pelo negro


Um par verde vespertino
breve diagonal fendido

incrustado em mancha preta
de contorno tentativo

se deita.


Seu par verde diamantino
fotográfico distinto

contrastando a coisa preta
sem vestígio de sentido

me espreita.


O mar verde que imagino
por detrás desse registro

desafia o que secreta
seu borrão indefinido:

- receia.


O que pensa, o que sente
meu amor verde-felino

quando opaca é sua treta
ponto cego que o destino

suspende?


(o que fica no presente
quando some o par ladino

soma mais vida secreta
mas de modo escurecido

ausente)

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