Não sei bem quando
Um lado rés do clima
Acordou meu espanto
Para o chumbo branco
Que cinzela Brasília
(sua falta de esquinas)
Tarde da noite, e de dia;
Como se os vários deuses
Que aguamos no altiplano
Se limitassem, dali mesmo
Ao estio da liquidação - a esmo
Dos meses retrospectivos
Fadados ciclotímicos
Multipolares aqui;
E inertes, nada fizessem
Olimpicamente - solertes?
No bom auxílio a quem
(tão escrava, todavia
do mas contudo, senão
havia entretanto e porém)
Deles mais precisasse:
- Como se eu bastasse!...
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
TORPEDO TERMINAL
... um rio morno /
escorreito, vazio /
vai na direção anterior /
do sentido, indo /
absorto, absorvido /
absolvido de todo...
19/01/08, às 22:06:04
escorreito, vazio /
vai na direção anterior /
do sentido, indo /
absorto, absorvido /
absolvido de todo...
19/01/08, às 22:06:04
sábado, 26 de janeiro de 2008
TORPEDOS RETARDADOS II
... o amor que lhe tenho /
sábio do vário tempo /
sabe-te sentimento /
por saber de si mesmo...
05/01/08, às 10:23:12
***
... que um dia, primavera /
meu cuidado, sem pressa /
seja atalho, promessa /
do trabalho do amor /
em ti, minha dor /
mais bela...
06/01/08, às 12:24:06
sábio do vário tempo /
sabe-te sentimento /
por saber de si mesmo...
05/01/08, às 10:23:12
***
... que um dia, primavera /
meu cuidado, sem pressa /
seja atalho, promessa /
do trabalho do amor /
em ti, minha dor /
mais bela...
06/01/08, às 12:24:06
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
WISHFUL THINKING
Não brigo
mais comigo
(se demasiado
o atrito);
Opero
moderado
(é provável)
e contrito
(mais difícil)
pendulando
(vezes balançando)
do desejo
ao juízo;
Ambos senhores
indivisos
prescientes
inimigos
indo corredores
(à esquerda, à direita)
constitutivos
(à espreita)
do meu destino
antes do jazigo;
Por um caminho
a meio-termo
(de etéreos
paraísos
a honestos
precipícios)
embora estreito:
- Um desvio por dentro.
mais comigo
(se demasiado
o atrito);
Opero
moderado
(é provável)
e contrito
(mais difícil)
pendulando
(vezes balançando)
do desejo
ao juízo;
Ambos senhores
indivisos
prescientes
inimigos
indo corredores
(à esquerda, à direita)
constitutivos
(à espreita)
do meu destino
antes do jazigo;
Por um caminho
a meio-termo
(de etéreos
paraísos
a honestos
precipícios)
embora estreito:
- Um desvio por dentro.
TORPEDOS RETARDADOS
Nove meses atrás /
comecei a pensar-te /
tão suave /
com tal arte /
que pensar-te depois /
mais, a dois /
não separei mais...
08/12/07, às 20:12:30
***
... a manhã é cinza-clara /
no compasso da jornada /
entre o que significa /
e de nada desconfia...
25/12/07, às 12:22:51
***
... o meu querer /
não descrevo /
de tão prever /
tal ensejo: /
o prazer /
de retê-lo /
ao te ver /
meu desejo...
28/12/07, às 14:57:01
***
... limpar os trilhos /
do que se ama /
pra bem andar /
a andança /
te põe maquinista /
alquimista /
a viga-mestra /
de tua vida...
31/12/07, às 09:29:50
comecei a pensar-te /
tão suave /
com tal arte /
que pensar-te depois /
mais, a dois /
não separei mais...
08/12/07, às 20:12:30
***
... a manhã é cinza-clara /
no compasso da jornada /
entre o que significa /
e de nada desconfia...
25/12/07, às 12:22:51
***
... o meu querer /
não descrevo /
de tão prever /
tal ensejo: /
o prazer /
de retê-lo /
ao te ver /
meu desejo...
28/12/07, às 14:57:01
***
... limpar os trilhos /
do que se ama /
pra bem andar /
a andança /
te põe maquinista /
alquimista /
a viga-mestra /
de tua vida...
31/12/07, às 09:29:50
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
À FELICIDADE FUGIDIA
Dela, que venha mais forte
A consciência da precariedade
De sua boa sorte - a fugacidade
(pra qu'eu não me demore)
De sua exaltação bem conforme
Uma fresta de luz que palco ilumine
Teu juízo perfeito - o teu ciclo inteiro
Que afaga, e destrata, e apaga - e, rarefeito
(o sentido sentimento), mordisca
Minha décima-sétima vida
Verde anoitecida cinza - opala invertida
Escaldada à beira-vista - escalada
Deste alto coqueiro em que nos encontramos
Solitários - solidários - por enquanto...
[meu amor - a cor
das ruínas
dos teus passeios
renascentistas
não é a minha
não é a minha
(mas é minha
esta pousada amiga
mandala acrílica - o prisma
que - pausadamente - arruínas)]
A consciência da precariedade
De sua boa sorte - a fugacidade
(pra qu'eu não me demore)
De sua exaltação bem conforme
Uma fresta de luz que palco ilumine
Teu juízo perfeito - o teu ciclo inteiro
Que afaga, e destrata, e apaga - e, rarefeito
(o sentido sentimento), mordisca
Minha décima-sétima vida
Verde anoitecida cinza - opala invertida
Escaldada à beira-vista - escalada
Deste alto coqueiro em que nos encontramos
Solitários - solidários - por enquanto...
[meu amor - a cor
das ruínas
dos teus passeios
renascentistas
não é a minha
não é a minha
(mas é minha
esta pousada amiga
mandala acrílica - o prisma
que - pausadamente - arruínas)]
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Um ensinamento Yaqui
Don Juan segundo Castañeda
"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Você deve ter sempre em mente que um caminho é apenas um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele em nenhuma circunstância. Se achar que deve segui-lo, agora, deve fazê-lo. Qualquer caminho é apenas um caminho, e não há nenhuma afronta a você mesmo ou a qualquer um se largá-lo porque sua mente lhe diz para fazê-lo. Mas a sua decisão de ficar num caminho ou de deixá-lo deve ser livre de medo e ambição. Eu lhe advirto: observe de perto e deliberadamente cada caminho. Experimente-o quantas vezes julgar necessário. Então faça a você mesmo, e só a você, uma única pergunta: 'Este caminho tem um significado?' Todos os caminhos são os mesmos, conduzem ao nada. São caminhos que vão através do mato. A única questão é se o caminho tem um significado. Se o tiver, é um bom caminho; se não, não tem utilidade. Ambos os caminhos levam ao nada, mas um tem significado e o outro não. Um leva a uma caminhada alegre; enquanto estiver nele, estará bem. O outro fará com que amaldiçoe sua vida. Um o faz ficar forte, o outro o enfraquece."
Carlos Castañeda, Teachings according to Don Juan. Berkeley: University of California Press, 1968 (publicado em português com o título A erva do diabo). Citado por Leo Buscaglia no seu livro Amor. Tradução de André Feijó Barroso. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 1997 (19ª ed.), pp. 41-42 e 143-145.
"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Você deve ter sempre em mente que um caminho é apenas um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele em nenhuma circunstância. Se achar que deve segui-lo, agora, deve fazê-lo. Qualquer caminho é apenas um caminho, e não há nenhuma afronta a você mesmo ou a qualquer um se largá-lo porque sua mente lhe diz para fazê-lo. Mas a sua decisão de ficar num caminho ou de deixá-lo deve ser livre de medo e ambição. Eu lhe advirto: observe de perto e deliberadamente cada caminho. Experimente-o quantas vezes julgar necessário. Então faça a você mesmo, e só a você, uma única pergunta: 'Este caminho tem um significado?' Todos os caminhos são os mesmos, conduzem ao nada. São caminhos que vão através do mato. A única questão é se o caminho tem um significado. Se o tiver, é um bom caminho; se não, não tem utilidade. Ambos os caminhos levam ao nada, mas um tem significado e o outro não. Um leva a uma caminhada alegre; enquanto estiver nele, estará bem. O outro fará com que amaldiçoe sua vida. Um o faz ficar forte, o outro o enfraquece."
Carlos Castañeda, Teachings according to Don Juan. Berkeley: University of California Press, 1968 (publicado em português com o título A erva do diabo). Citado por Leo Buscaglia no seu livro Amor. Tradução de André Feijó Barroso. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 1997 (19ª ed.), pp. 41-42 e 143-145.
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