a Paw
Pelos becos e ruelas do meu bairro turvo, leito de sombras
Por entre pedras redondas, onde sem quedas ou percalços
Desapercebido iria, o passo mudo entre vultos familiares...
Na vizinhança calma dos sentidos, felino, o olhar vítreo
Brincaria de ser meu teu par amarelo de contas de brilho
Rasgos luzidios no negro hiato dum silêncio emparedado
Coalhada a mente de andares virgens e lugares esboçados...
O que de ti percorrido sou, reflexo alquebrado de fundo falso
Lago fugidio de telhados escuros que ligeiros passeiam, altos
Solicita o arranjo noturno do que não vejo sob as horas claras;
Dos impulsos que retenho impassível face à madrugada opaca
No vento quieto, agasalho frio de esperanças a fio natimortas
Nutro o desejo morno do teu equilíbrio suspenso em estrelas...
17/04/1997