de um poema de Vanessa Aquino
Aberto
o peito
abraços
lampejo.
Adiante
Tessala;
conforto
que sinto
deserto
até o mar.
(pressinto
acenar
sucinto
que o beijo)
[por leve
e denso
e suave
o arpejo]
Por tuas unhas
testemunhas
eu supunha
que mumunhas...
A luz fria
que destila
fantasias
deste dia
pedrarias
me traria;
e afasia
que cintila
me diria
que sibilas;
me daria
contaria
mostraria
o que urgiras
do que havia;
o que argila
cederias
avaria
todavia...
...
(e eu riria
que sabia
simpatias
da poesia
que morria)
Não falar.
Não te ouvir.
Não dizer
te escutei.
Não calar
nem sair.
(nem saber
quando irei)
[não trocar
nem colher
ao florir
teu prazer]
...
(que farei
sem tratar
da surdez?)
[que terei
sem contar
tua mudez?]
{que serei
ao sentir
que notei
desta vez?}
(café
rapé
até
a pé)
[café
em pé
boné
e inté]
{café
de fé
maré
dá pé}
{café
com fé
até
tomé}
{café
sem fé
ité
até}
[café
na sé
até
pajé]
(axé
no pé
só se
café)
... a Copa do Mundo.
(por que diferente
daquela da gente
que tropicalmente
fez-se inconsequente?)
[por que diferente
esta à beira leste
da mesma nascente
se recentemente?...]
{da porta dos fundos
num milissegundo
talvez menos rente}
(o eterno
que alterno
ao tempo)
[que habitas
mais terna
e adentro]
{dedico
aos ventos
que abrigas}
... a Copa do Mundo.
(no sofá profundo
do meu submundo
é a alma o que afundo)
frequência & medida
O tempo
do evento
quarenta
no espaço
que aventas
cinquenta
(adrede
escassos
sessenta)
são redes
do arrasto
que assentas:
- paredes
que abraço
setenta, oitenta
mais vezes
teu peixe
noventa.
O casamento
é uma planície
por onde os ventos
dão polimento
às superfícies.
Nada é tudo.
Tudo é quase.
(quase nada
sobretudo)
Silêncio
distância
preênsil
fragrância.