domingo, 30 de novembro de 2008
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
TORPEDOS XXV
... as muitas coisas /
que quase doidas /
passeiam loiras /
apenas moitas /
clareiam a mão /
(da imaginação) /
de escuridão...
27/10/08, às 21:58:51
***
... este ardor /
é calor /
a torpor /
nosso amor...
30/10/08, às 08:44:58
que quase doidas /
passeiam loiras /
apenas moitas /
clareiam a mão /
(da imaginação) /
de escuridão...
27/10/08, às 21:58:51
***
... este ardor /
é calor /
a torpor /
nosso amor...
30/10/08, às 08:44:58
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
TORPEDEIRO
... torpedeio /
teu bloqueio /
porque meio /
não se veio...
02/10/08, às 09:11:58
***
... torpedeio /
teu bloqueio /
de anseios /
corriqueiros...
02/10/08, às 09:27:08
***
... torpedeio /
os teus seios /
dos meus beijos /
doutros jeitos...
02/10/08, às 09:34:09
***
... torpedeio /
e protejo: /
permaneço /
remanesço /
e aquiesço /
por um preço...
02/10/08, às 09:42:41
teu bloqueio /
porque meio /
não se veio...
02/10/08, às 09:11:58
***
... torpedeio /
teu bloqueio /
de anseios /
corriqueiros...
02/10/08, às 09:27:08
***
... torpedeio /
os teus seios /
dos meus beijos /
doutros jeitos...
02/10/08, às 09:34:09
***
... torpedeio /
e protejo: /
permaneço /
remanesço /
e aquiesço /
por um preço...
02/10/08, às 09:42:41
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
SETEMBRO
Ante o fim da seca
Nos confins da gente
(onde a porta emperra
mal a alma geme)
Há uma luz que deita
Só e fracamente
De má consciência
Por sobrevivente
À desnatureza
Que naturalmente
Mostra-se dureza
Mesmo umedecida:
- Desde quase sempre
verde expectativa...
Nos confins da gente
(onde a porta emperra
mal a alma geme)
Há uma luz que deita
Só e fracamente
De má consciência
Por sobrevivente
À desnatureza
Que naturalmente
Mostra-se dureza
Mesmo umedecida:
- Desde quase sempre
verde expectativa...
sábado, 4 de outubro de 2008
TORPEDOS XXIV
... tu'água /
(que nado) /
deságua /
n'anágua /
por nada...
02/10/08, às 08:50:25
***
... esta boca /
só te solta /
se já hora /
bate à porta...
02/10/08, às 09:00:38
(que nado) /
deságua /
n'anágua /
por nada...
02/10/08, às 08:50:25
***
... esta boca /
só te solta /
se já hora /
bate à porta...
02/10/08, às 09:00:38
TORPEDO XXIII
... sono - um sono /
de nenhum sonho /
que fosse escombro /
de hoje outono...
02/10/08, às 08:32:15
de nenhum sonho /
que fosse escombro /
de hoje outono...
02/10/08, às 08:32:15
sábado, 27 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
QUESTÃO DE ESTAÇÃO
A questão
(da transição)
Da estação:
- Se chuva vinha
se convinha
(ao parasita)
não soube; mas vizinha
à seca ministra
(quer visita)
não houve.
(da transição)
Da estação:
- Se chuva vinha
se convinha
(ao parasita)
não soube; mas vizinha
à seca ministra
(quer visita)
não houve.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
OUTRO TORPEDO
... meu amor tece /
breve /
um leve /
rumor de prece /
que permanece...
19/09/08, às 20:12:17
breve /
um leve /
rumor de prece /
que permanece...
19/09/08, às 20:12:17
UM TORPEDO
... parado, o ar encosta /
inclinado, à memória /
daquelas horas, de hordas /
crepitando langorosas...
11/09/08, às 20:32:05
inclinado, à memória /
daquelas horas, de hordas /
crepitando langorosas...
11/09/08, às 20:32:05
domingo, 14 de setembro de 2008
EXPLICAÇÃO
Não há tempo de escrever poesia
Não há desejo, vontade espicaçada
De ressentida - um avesso de vida
A felicidade é estéril
Não rima com fértil
Com arte, destarte
À míngua
Não combina, erétil
Carpe diem diarista
Não nessa língua...
Não há desejo, vontade espicaçada
De ressentida - um avesso de vida
A felicidade é estéril
Não rima com fértil
Com arte, destarte
À míngua
Não combina, erétil
Carpe diem diarista
Não nessa língua...
terça-feira, 9 de setembro de 2008
domingo, 7 de setembro de 2008
TORPEDOS AVULSOS
... e é lá /
bem longe /
o de cá /
horizonte...
04/07/08, às 16:50:02
***
... minha, companheira /
amada, solteira /
tua falta, certeira /
sem eira, me deixa /
à beira de queixa /
quiçá verdadeira...
25/07/08, às 21:20:46
***
... o tapete invertido /
traz, acima escondido /
um mistério passivo /
de si contemplativo...
28/08/08, às 18:09:25
bem longe /
o de cá /
horizonte...
04/07/08, às 16:50:02
***
... minha, companheira /
amada, solteira /
tua falta, certeira /
sem eira, me deixa /
à beira de queixa /
quiçá verdadeira...
25/07/08, às 21:20:46
***
... o tapete invertido /
traz, acima escondido /
um mistério passivo /
de si contemplativo...
28/08/08, às 18:09:25
sábado, 6 de setembro de 2008
TORPEDOS DESMEMORIADOS
... teu hábito /
do hálito /
perfumado /
por acaso /
é estória /
da memória /
desgostosa /
do agora...
23/07/08, às 15:09:24
***
... da fresta da memória /
vem sempre uma estória /
de como, por agora /
demoro nesta hora...
23/07/08, às 15:23:24
***
... a festa da memória /
é sempre uma estória /
de como, quando febris /
(do quanto somos febris) /
repomos pingos nos is...
29/08/08, às 09:23:02
do hálito /
perfumado /
por acaso /
é estória /
da memória /
desgostosa /
do agora...
23/07/08, às 15:09:24
***
... da fresta da memória /
vem sempre uma estória /
de como, por agora /
demoro nesta hora...
23/07/08, às 15:23:24
***
... a festa da memória /
é sempre uma estória /
de como, quando febris /
(do quanto somos febris) /
repomos pingos nos is...
29/08/08, às 09:23:02
domingo, 31 de agosto de 2008
Hiato agostino
Viver substituiu qualquer outra coisa. Impressão de que definitivamente. Impressionante: todas as unidades parecem extrapolar - pólvoras espaço-temporais.
Logo que pudesse, daria início à série Prazeres domésticos... Quem sabe sem necessariamente num buraco negro?
Logo que pudesse, daria início à série Prazeres domésticos... Quem sabe sem necessariamente num buraco negro?
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Hiato julino
... neste mês, predominou viver - e ler - sobre escrever. Quando bem se vive e muito se lê, o tempo bojudo toma conta de tudo...
domingo, 22 de junho de 2008
TORPEDOS XXIII
... espere /
que, breve /
(ultraleve) /
rei serei /
sob a seda branca /
da luz que anda...
18/06/08, às 11:23:02
***
... a minha tese /
e tua antítese /
têm na ascese /
(do que padece /
de boa índole) /
a sua síntese...
18/06/08, às 21:48:45
***
... visto que a noite /
frio de açoite /
cede o pernoite /
vou, e que me espere /
(se for doce e leve) /
meu ninho em breve...
20/06/08, às 22:18:33
***
... não demoro /
porque gosto /
(e re-gosto /
a teu gosto...)
20/06/08, às 22:29:36
que, breve /
(ultraleve) /
rei serei /
sob a seda branca /
da luz que anda...
18/06/08, às 11:23:02
***
... a minha tese /
e tua antítese /
têm na ascese /
(do que padece /
de boa índole) /
a sua síntese...
18/06/08, às 21:48:45
***
... visto que a noite /
frio de açoite /
cede o pernoite /
vou, e que me espere /
(se for doce e leve) /
meu ninho em breve...
20/06/08, às 22:18:33
***
... não demoro /
porque gosto /
(e re-gosto /
a teu gosto...)
20/06/08, às 22:29:36
segunda-feira, 9 de junho de 2008
TORPEDO XXII
... sim, fiz /
com bis /
(eu quis) /
e vis /
a vis /
que diz /
"abris!" /
(e giz /
na tez /
feliz /
de vez...)
09/06/08, às 11:20:58
com bis /
(eu quis) /
e vis /
a vis /
que diz /
"abris!" /
(e giz /
na tez /
feliz /
de vez...)
09/06/08, às 11:20:58
sexta-feira, 6 de junho de 2008
TORPEDOS XXII
... eu rio /
de frio /
o frio /
do rio...
03/06/08, às 10:41:50
***
... camadas de ar /
descem devagar /
para abrigar /
este acobertar /
da hora a vagar...
03/06/08, às 10:52:06
***
... te amo /
e tanto /
que quando /
o quanto /
levanto /
assomo /
assombro /
d'escombro...
03/06/08, às 11:01:01
de frio /
o frio /
do rio...
03/06/08, às 10:41:50
***
... camadas de ar /
descem devagar /
para abrigar /
este acobertar /
da hora a vagar...
03/06/08, às 10:52:06
***
... te amo /
e tanto /
que quando /
o quanto /
levanto /
assomo /
assombro /
d'escombro...
03/06/08, às 11:01:01
sábado, 24 de maio de 2008
sexta-feira, 23 de maio de 2008
A FORÇA DE UM
Uma gota
Sequer, gota
Conta, se gota
Boa.
No conta-gota
Do tempo à toa
A gravidade, a força
Do que ressoa
(se justa, se bela, se doa)
Predomina - a pessoa.
Sequer, gota
Conta, se gota
Boa.
No conta-gota
Do tempo à toa
A gravidade, a força
Do que ressoa
(se justa, se bela, se doa)
Predomina - a pessoa.
TORPEDOS CINZENTOS
... a saudade /
da idade /
só me bate /
quando arde /
(tal maldade) /
cedo ou tarde...
19/05/08, às 10:47:52
***
... se triste a poesia /
se mesmo descabida /
amo-a de partida /
para dar vez à vida...
19/05/08, às 10:59:53
***
... e se for, que importa /
tanto amor, se a hora /
toda amargor agora /
muito interior devora /
mesmo a dor, por fora?...
20/05/08, às 19:46:46
da idade /
só me bate /
quando arde /
(tal maldade) /
cedo ou tarde...
19/05/08, às 10:47:52
***
... se triste a poesia /
se mesmo descabida /
amo-a de partida /
para dar vez à vida...
19/05/08, às 10:59:53
***
... e se for, que importa /
tanto amor, se a hora /
toda amargor agora /
muito interior devora /
mesmo a dor, por fora?...
20/05/08, às 19:46:46
TORPEDO DA MEMÓRIA
... fresca /
recente /
luminosa /
passas clara /
(na memória) /
pela clarabóia...
19/05/08, às 10:27:16
recente /
luminosa /
passas clara /
(na memória) /
pela clarabóia...
19/05/08, às 10:27:16
sábado, 17 de maio de 2008
DESDOBRADIÇO
Todas rupturas
Ferem costuras
(paciências do presente)
Segundo repulsas
Estupidamente
Por todos lados - pilhas de fatos
Constrangedores, carentes vereadores
De poentes verdadeiramente
Interessados
Na gente.
Descansamos. O fardo dum coração pesado
Quebrado, encarnado a vácuo
Vem com a dor - ente ambíguo
Não sabido vegetal, ou mineral
Se animal divino, demônio angelical
De tudo o fundo absoluto, resoluto
Num pio
Veludo, reconfortante, enganador
Macio de amor...
Ferem costuras
(paciências do presente)
Segundo repulsas
Estupidamente
Por todos lados - pilhas de fatos
Constrangedores, carentes vereadores
De poentes verdadeiramente
Interessados
Na gente.
Descansamos. O fardo dum coração pesado
Quebrado, encarnado a vácuo
Vem com a dor - ente ambíguo
Não sabido vegetal, ou mineral
Se animal divino, demônio angelical
De tudo o fundo absoluto, resoluto
Num pio
Veludo, reconfortante, enganador
Macio de amor...
TORPEDO SÓ
... quero o colo /
que adoro /
(porque toco /
o teu solo) /
pr'adormecer /
este querer
de você ter /
e mais poder...
16/05/08, às 20:48:09
que adoro /
(porque toco /
o teu solo) /
pr'adormecer /
este querer
de você ter /
e mais poder...
16/05/08, às 20:48:09
terça-feira, 6 de maio de 2008
TORPEDOS REFLEXIVOS
... meus torpedos /
são tormentos /
agridoces /
das mil cores /
do só querer /
(e não poder) /
te ver terçã /
toda manhã...
28/04/08, às 10:43:00
***
... um torpedo /
a contento /
fragmento /
tempo adentro /
avizinha /
da tua vida /
a que é minha /
indevida...
02/05/08, às 13:38:07
são tormentos /
agridoces /
das mil cores /
do só querer /
(e não poder) /
te ver terçã /
toda manhã...
28/04/08, às 10:43:00
***
... um torpedo /
a contento /
fragmento /
tempo adentro /
avizinha /
da tua vida /
a que é minha /
indevida...
02/05/08, às 13:38:07
domingo, 4 de maio de 2008
TORPEDOS XXI
... hoje estive /
num declive /
sem deslize /
que sentisse /
(mas eu disse /
tal acinte /
e desdisse /
qual pedinte) /
inclusive...
24/04/08, às 21:41:33
***
... uma brecha /
à distância duma flecha /
em curva /
abrupta /
encurta /
esta ânsia matutina...
28/04/08, às 09:14:44
num declive /
sem deslize /
que sentisse /
(mas eu disse /
tal acinte /
e desdisse /
qual pedinte) /
inclusive...
24/04/08, às 21:41:33
***
... uma brecha /
à distância duma flecha /
em curva /
abrupta /
encurta /
esta ânsia matutina...
28/04/08, às 09:14:44
sábado, 3 de maio de 2008
TORPEDO XXI
... eu acho /
(não raro) /
que lavro /
orvalho /
num jarro /
teu vasto /
carvalho /
dum maio /
dourado...
23/04/08, às 21:48:31
(não raro) /
que lavro /
orvalho /
num jarro /
teu vasto /
carvalho /
dum maio /
dourado...
23/04/08, às 21:48:31
quinta-feira, 1 de maio de 2008
DUAS BALAS
... a lua /
é nua /
na rua /
se tua...
23/04/08, às 20:29:57
***
... senão /
é sim /
então /
tim-tim?...
23/04/08, às 20:37:21
é nua /
na rua /
se tua...
23/04/08, às 20:29:57
***
... senão /
é sim /
então /
tim-tim?...
23/04/08, às 20:37:21
quarta-feira, 30 de abril de 2008
BÁRDICO TORPEDO
... meu amor /
que má dor /
o calor /
de supor /
teu mentor /
um vetor /
a dispor /
antemão /
de razão /
(coração?...)
22/04/08, às 09:51:07
que má dor /
o calor /
de supor /
teu mentor /
um vetor /
a dispor /
antemão /
de razão /
(coração?...)
22/04/08, às 09:51:07
terça-feira, 29 de abril de 2008
TORPEDO XX
... um pio /
assovio /
de tuiuiú perdido /
cortou o ar /
(inadvertido) /
que desvio para o mar...
22/04/08, às 09:31:04
assovio /
de tuiuiú perdido /
cortou o ar /
(inadvertido) /
que desvio para o mar...
22/04/08, às 09:31:04
segunda-feira, 28 de abril de 2008
TORPEDOS XX
... o cansaço /
é mormaço /
que me lembra /
a água fresca /
da tua presença...
15/04/08, às 09:30:06
***
... do silêncio das paredes /
a memória de prazeres /
antecede os quereres /
que não tarde os deveres /
hão de ser antes de teres...
17/04/08, às 18:00:32
***
... embora norte /
(embora a sorte) /
você não pode /
o que eu posso: /
olhar defronte /
e ver a fonte /
lugar aonde /
eu simples moro...
19/04/08, às 10:17:12
***
... visto que o presente /
ontem teve um poente /
e hoje, de repente /
te vi lua crescente /
sigo astros, mormente /
astrologicamente...
22/04/08, às 08:18:30
é mormaço /
que me lembra /
a água fresca /
da tua presença...
15/04/08, às 09:30:06
***
... do silêncio das paredes /
a memória de prazeres /
antecede os quereres /
que não tarde os deveres /
hão de ser antes de teres...
17/04/08, às 18:00:32
***
... embora norte /
(embora a sorte) /
você não pode /
o que eu posso: /
olhar defronte /
e ver a fonte /
lugar aonde /
eu simples moro...
19/04/08, às 10:17:12
***
... visto que o presente /
ontem teve um poente /
e hoje, de repente /
te vi lua crescente /
sigo astros, mormente /
astrologicamente...
22/04/08, às 08:18:30
domingo, 27 de abril de 2008
COLEIRA
Não escrevi mais
Por não precisar demais
Aquelas coisas tais
Que urtigam barcos no cais.
Não descrevi mais
Porque o talento da ambição
O desejo do impulso a mais
Não dessalgaram a questão.
Só o cão do vizinho
No seu parco destino
Tão circunscrito
Ao latido querer
O dever reverter
Eu mediocrizo.
Por não precisar demais
Aquelas coisas tais
Que urtigam barcos no cais.
Não descrevi mais
Porque o talento da ambição
O desejo do impulso a mais
Não dessalgaram a questão.
Só o cão do vizinho
No seu parco destino
Tão circunscrito
Ao latido querer
O dever reverter
Eu mediocrizo.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
TORPEDO LUNÁTICO
... há uma jóia suspensa no céu /
e eu queria estar cá /
ao léu /
para contemplar /
o céu /
eu breu enluarado /
ao léu...
08/04/08, às 19:16:15
e eu queria estar cá /
ao léu /
para contemplar /
o céu /
eu breu enluarado /
ao léu...
08/04/08, às 19:16:15
sábado, 5 de abril de 2008
TORPEDO E FRAGMENTO
... sob o sol /
girassol /
sou, e mal /
torto a tal /
ponto, qual /
bom sinal /
ao final...
01/04/08, às 11:30:09
***
... no pau-de-arara /
a veia cava /
só te chamava...
03/04/08, às 09:18:34
girassol /
sou, e mal /
torto a tal /
ponto, qual /
bom sinal /
ao final...
01/04/08, às 11:30:09
***
... no pau-de-arara /
a veia cava /
só te chamava...
03/04/08, às 09:18:34
quinta-feira, 3 de abril de 2008
TORPEDO XIX
... o meu amor /
não vem da flor /
(nem por amor /
da rosa cor): /
vem do labor /
com que ardor /
roubo calor /
do sol-de-pôr...
29/03/08, às 14:19:56
não vem da flor /
(nem por amor /
da rosa cor): /
vem do labor /
com que ardor /
roubo calor /
do sol-de-pôr...
29/03/08, às 14:19:56
quarta-feira, 2 de abril de 2008
TORPEDOS GEOGRÁFICOS
... o sol abriu /
no azul anil /
comigo a mil /
milhas de ti /
sem colorir /
um colibri /
deste Brasil /
em Paraty...
25/03/08, às 11:05:56
***
... em Goiânia /
nossa ânsia /
de estância /
foi tamanha /
que saímos /
pianinhos /
na debanda...
25/03/08, às 11:30:22
no azul anil /
comigo a mil /
milhas de ti /
sem colorir /
um colibri /
deste Brasil /
em Paraty...
25/03/08, às 11:05:56
***
... em Goiânia /
nossa ânsia /
de estância /
foi tamanha /
que saímos /
pianinhos /
na debanda...
25/03/08, às 11:30:22
terça-feira, 1 de abril de 2008
TORPEDOS XIX
... o sol das plantas /
de flores tantas /
invejo - por ter /
(seu morno beijo) /
acesso ao ser /
que mal desejo /
das entranhas!...
19/03/08, às 14:12:46
***
... por sobre a grama /
aquele que ama /
te mira - e acerta /
retinha, a flecha /
com tal, qual arte? /
que nele mal cabe...
22/03/08, às 11:55:03
de flores tantas /
invejo - por ter /
(seu morno beijo) /
acesso ao ser /
que mal desejo /
das entranhas!...
19/03/08, às 14:12:46
***
... por sobre a grama /
aquele que ama /
te mira - e acerta /
retinha, a flecha /
com tal, qual arte? /
que nele mal cabe...
22/03/08, às 11:55:03
sexta-feira, 28 de março de 2008
CONSCIÊNCIA CORPORAL
O uso
Avulso
Do pulso
Do chão
(o apoio)
Aos céus
(num arrojo)
E másculo - o músculo
Impele - de todo
Tudo:
- Desde que sorvido
prático, o sumo
suco que abundo.
Avulso
Do pulso
Do chão
(o apoio)
Aos céus
(num arrojo)
E másculo - o músculo
Impele - de todo
Tudo:
- Desde que sorvido
prático, o sumo
suco que abundo.
quinta-feira, 27 de março de 2008
TEMPO E POESIA: TORPEDOS
... sábado /
quiçá domingo: /
tempo tinto /
e vário /
de antepasto /
com afinco /
desmedido /
do tecido /
há fino /
partilhado...
15/03/08, às 11:46:35
***
... quando cinza /
o dia /
a vida /
lida, a poesia /
acalma /
anima /
e conforta: /
e, uma hora /
nos mostra /
próxima /
a porta...
18/03/08, às 19:54:11
quiçá domingo: /
tempo tinto /
e vário /
de antepasto /
com afinco /
desmedido /
do tecido /
há fino /
partilhado...
15/03/08, às 11:46:35
***
... quando cinza /
o dia /
a vida /
lida, a poesia /
acalma /
anima /
e conforta: /
e, uma hora /
nos mostra /
próxima /
a porta...
18/03/08, às 19:54:11
quarta-feira, 19 de março de 2008
TORPEDOS XVIII
... neste momento /
um fragmento /
de pensamento /
de ti ao vento /
pousou atento /
ao que sou lento /
noutro momento...
13/03/08, às 12:04:28
***
... o azul veludo /
do céu escuro /
respiro fundo /
quando sozinho /
(e só contigo) /
caminho limpo /
o chão que piso...
13/03/08, às 20:05:39
um fragmento /
de pensamento /
de ti ao vento /
pousou atento /
ao que sou lento /
noutro momento...
13/03/08, às 12:04:28
***
... o azul veludo /
do céu escuro /
respiro fundo /
quando sozinho /
(e só contigo) /
caminho limpo /
o chão que piso...
13/03/08, às 20:05:39
segunda-feira, 17 de março de 2008
TORPEDOS FILOSÓFICOS
... segue meu 'te amo' /
romântico /
semanticamente /
cândido /
cartesianamente /
(entretanto) /
plano sintético /
desse mistério...
10/03/08, às 13:13:47
***
... Tadeusz /
rima com Deus /
rima com meus /
medos teus /
seios de cristal delicado: /
um sonho-pássaro /
a pedir tanto cuidado...
12/03/08, às 18:30:23
romântico /
semanticamente /
cândido /
cartesianamente /
(entretanto) /
plano sintético /
desse mistério...
10/03/08, às 13:13:47
***
... Tadeusz /
rima com Deus /
rima com meus /
medos teus /
seios de cristal delicado: /
um sonho-pássaro /
a pedir tanto cuidado...
12/03/08, às 18:30:23
domingo, 9 de março de 2008
O ESTRANHO MUNDO DO SÉRGIO
Deito-me, quieto.
Penso-me, decerto
No tranqüilo limbo acolchoado
Descolado do resto.
Membros, eu peso
E deles vos despeço
Conceitualmente incompleto; deito-me
Horizonte, a nascente
Levemente contente
Sorvendo por trás o poente...
Chumbo. Solda. Pouco
Sou antes da hora
Insuficiente. Mortiço, só
Literariamente
Já que muito me desmente.
Penso-me, decerto
No tranqüilo limbo acolchoado
Descolado do resto.
Membros, eu peso
E deles vos despeço
Conceitualmente incompleto; deito-me
Horizonte, a nascente
Levemente contente
Sorvendo por trás o poente...
Chumbo. Solda. Pouco
Sou antes da hora
Insuficiente. Mortiço, só
Literariamente
Já que muito me desmente.
sábado, 8 de março de 2008
TORPEDO XVIII
... embotado, sou /
ar compacto /
recortado, ou /
do redor, ato /
mitigado, vou /
abalroado...
03/03/08, às 15:44:01
ar compacto /
recortado, ou /
do redor, ato /
mitigado, vou /
abalroado...
03/03/08, às 15:44:01
TORPEDOS DO AMOR ESCANCARADO
... cadê meu pretexto /
pra te ver, um contexto /
que nos dê, a contento /
o que seja, sem alarde /
antes cedo que tarde?...
27/02/08, às 11:35:35
***
... meu amor /
a consciência do amor /
é dor /
e cor: /
consciência da flor...
03/03/08, às 17:37:33
***
... no décimo-quinto dia /
pensei no que eu traria /
ao amor que ilumina /
teus passos de escolhida...
05/03/08, às 17:54:38
pra te ver, um contexto /
que nos dê, a contento /
o que seja, sem alarde /
antes cedo que tarde?...
27/02/08, às 11:35:35
***
... meu amor /
a consciência do amor /
é dor /
e cor: /
consciência da flor...
03/03/08, às 17:37:33
***
... no décimo-quinto dia /
pensei no que eu traria /
ao amor que ilumina /
teus passos de escolhida...
05/03/08, às 17:54:38
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
TORPEDOS XVII
... sangue /
murmurante /
espada /
flamejante: /
a memória /
tesa, flácida /
da refrega /
doce, áspera /
da espera /
encontrada...
25/02/08, às 13:59:06
***
... a consciência /
do que aspiro /
não é a mesma /
da que expiro: /
a diferença /
está contigo...
25/02/08, às 18:15:36
***
... teus olhos /
inda nebulosos /
e orvalhados /
(recém-acordados) /
residem rotineiros /
(da retina vizinhos) /
no meu dia ao meio...
26/02/08, às 11:30:49
***
... nas Casas Bahia /
junto à freguesia /
da sala, da cozinha /
da lavanderia /
morro em pé, nesta fila /
só por tua companhia...
26/02/08, às 15:35:15
murmurante /
espada /
flamejante: /
a memória /
tesa, flácida /
da refrega /
doce, áspera /
da espera /
encontrada...
25/02/08, às 13:59:06
***
... a consciência /
do que aspiro /
não é a mesma /
da que expiro: /
a diferença /
está contigo...
25/02/08, às 18:15:36
***
... teus olhos /
inda nebulosos /
e orvalhados /
(recém-acordados) /
residem rotineiros /
(da retina vizinhos) /
no meu dia ao meio...
26/02/08, às 11:30:49
***
... nas Casas Bahia /
junto à freguesia /
da sala, da cozinha /
da lavanderia /
morro em pé, nesta fila /
só por tua companhia...
26/02/08, às 15:35:15
domingo, 24 de fevereiro de 2008
TORPEDO XVII
... teu perfume /
(meu costume) /
alimenta /
a presente consciência /
dessa calma abstinência: /
a certeza /
enfim de resolvê-la...
22/02/08, às 10:33:37
(meu costume) /
alimenta /
a presente consciência /
dessa calma abstinência: /
a certeza /
enfim de resolvê-la...
22/02/08, às 10:33:37
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
TORPEDO ZEN
... hoje medi /
e meditei /
(e se vi /
aí não sei /
mas revivi) /
sentindo que /
por ser daqui /
a bem querer /
reconheci...
20/02/08, às 14:16:44
e meditei /
(e se vi /
aí não sei /
mas revivi) /
sentindo que /
por ser daqui /
a bem querer /
reconheci...
20/02/08, às 14:16:44
domingo, 17 de fevereiro de 2008
TOMADA DE POSIÇÃO
Sem televisão: contato mínimo com a conjuntura
Sem pressa - na superfície passadiça que perdura
As mãos nos ossos da estrutura
Yôga, descompressão, literatura
Conversação com quem me atura
Delicadeza, antevisão, compostura
Paciência:
- Desta vez, eu no comando
das exigências do que amo.
Sem pressa - na superfície passadiça que perdura
As mãos nos ossos da estrutura
Yôga, descompressão, literatura
Conversação com quem me atura
Delicadeza, antevisão, compostura
Paciência:
- Desta vez, eu no comando
das exigências do que amo.
LONGÍNQUA
Longínqua, és linda
Hipermetropia; nuvem
Cujo cinza esfria, algodão
(quando à mão convém)
Que baixo principia solidão;
Longínqua, dali turvas
Mil atenções das curvas
Untadas de neblina; os sãos
(os que desviam de antemão)
São teus fantasmas nesta via;
Longínqua, de lá secas
Minha língua paladina
Para coisas que se ditas
(inações correspondidas)
Pelas coxas trairias;
Longínqua, és olímpica
A quarteirões de vista:
- Se dura água-marinha
da razão mais cristalina
por que tanto quererias
tão errada companhia?
- E longínqua dos meus dedos
(da beleza dos momentos)
maldirias a rotina
da delícia dos folguedos
requebrando os brinquedos
redeixados ao relento?...
- E mais longe, indiferente
à coisa vária que altera
de remédios a comédias
que questões esquecerias
(quais senões recordarias)
da gravidade que encerras?
Longínqua, seda fina
Se quiseres, mais ainda
Ser pandorga pela vida
(tua turística ambrosia)
Solte a linha, solte a linha!...
(daqui, maravilhado
do teu poder multiplicá-lo
Dédalo enraizado
torcerei por um bom clima)
Hipermetropia; nuvem
Cujo cinza esfria, algodão
(quando à mão convém)
Que baixo principia solidão;
Longínqua, dali turvas
Mil atenções das curvas
Untadas de neblina; os sãos
(os que desviam de antemão)
São teus fantasmas nesta via;
Longínqua, de lá secas
Minha língua paladina
Para coisas que se ditas
(inações correspondidas)
Pelas coxas trairias;
Longínqua, és olímpica
A quarteirões de vista:
- Se dura água-marinha
da razão mais cristalina
por que tanto quererias
tão errada companhia?
- E longínqua dos meus dedos
(da beleza dos momentos)
maldirias a rotina
da delícia dos folguedos
requebrando os brinquedos
redeixados ao relento?...
- E mais longe, indiferente
à coisa vária que altera
de remédios a comédias
que questões esquecerias
(quais senões recordarias)
da gravidade que encerras?
Longínqua, seda fina
Se quiseres, mais ainda
Ser pandorga pela vida
(tua turística ambrosia)
Solte a linha, solte a linha!...
(daqui, maravilhado
do teu poder multiplicá-lo
Dédalo enraizado
torcerei por um bom clima)
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
GRAVIDADE ZERO
Enquanto, recoleto
Repasso, circunspecto
Os mínimos parvos gestos
Do trivial funcional no deserto
A menos de um centímetro
Do imenso inteligível
De um ângulo apreensível
Do âmbito hipodérmico insensível
Que anestésico sinto
Desmorono, suavezinho
Retroativo - retrospectivo
Sem empuxos, repuxos, muxoxos
Parco, solto - graniticamente disposto
Numa linha do destino, opaco
Vezes asno resoluto
Até o vácuo absoluto
Dos órgãos pulverizados
Dos acórdãos etéreos
De gravidade zero:
- Onde a casca-pólen que removo
de novo, menos leve que fútil
não é exatamente breve
(posto que útil)
para os fins a que serve.
Repasso, circunspecto
Os mínimos parvos gestos
Do trivial funcional no deserto
A menos de um centímetro
Do imenso inteligível
De um ângulo apreensível
Do âmbito hipodérmico insensível
Que anestésico sinto
Desmorono, suavezinho
Retroativo - retrospectivo
Sem empuxos, repuxos, muxoxos
Parco, solto - graniticamente disposto
Numa linha do destino, opaco
Vezes asno resoluto
Até o vácuo absoluto
Dos órgãos pulverizados
Dos acórdãos etéreos
De gravidade zero:
- Onde a casca-pólen que removo
de novo, menos leve que fútil
não é exatamente breve
(posto que útil)
para os fins a que serve.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Poema da hora
a arte de perder, na célebre apreensão de Elizabeth Bishop
"Uma arte
A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio da mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escrevo!) muito sério."
Elizabeth Bishop, O iceberg imaginário e outros poemas. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 309.
"Uma arte
A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio da mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escrevo!) muito sério."
Elizabeth Bishop, O iceberg imaginário e outros poemas. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 309.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
TRANQÜILO DESESPERO
Um silêncio
Inocêncio
Invertido.
O que tenho
Vertido
De um lago
Desconhecido
Por um lado
Invisível
Deseja
Irreprimível
Que nada aconteça
(além da presença
do indizível).
***
Demônios
(acredito)
Não assomam
Distraídos;
Demônios
Infernizam
Num suposto benefício
Da eternidade que aguarda
(os seus filhos)
Para depois do precipício.
***
Alguém
Sussurra
(comovido)
Uma surra
Do espírito.
Inocêncio
Invertido.
O que tenho
Vertido
De um lago
Desconhecido
Por um lado
Invisível
Deseja
Irreprimível
Que nada aconteça
(além da presença
do indizível).
***
Demônios
(acredito)
Não assomam
Distraídos;
Demônios
Infernizam
Num suposto benefício
Da eternidade que aguarda
(os seus filhos)
Para depois do precipício.
***
Alguém
Sussurra
(comovido)
Uma surra
Do espírito.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
HIC ET NUNC
Achei que ia.
Achava que indo
Vinha - uma saída.
Vez saído
Resolveria?
Pois fico. E peço
Ajuda ao cafezinho:
- Inda vívido
o vivido.
Achava que indo
Vinha - uma saída.
Vez saído
Resolveria?
Pois fico. E peço
Ajuda ao cafezinho:
- Inda vívido
o vivido.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
EXPOSTO II
O templo, imenso
Não tenho
Como guardá-lo, todo
A contento.
São uma, mil portas
Várias, as formas
Das frestas, fissuras
Janelas, aberturas
Por onde vem, soturno
O adubo
Da treva
Que opera:
- O cão negro de Churchill
(e branco, meu poodle).
Não tenho
Como guardá-lo, todo
A contento.
São uma, mil portas
Várias, as formas
Das frestas, fissuras
Janelas, aberturas
Por onde vem, soturno
O adubo
Da treva
Que opera:
- O cão negro de Churchill
(e branco, meu poodle).
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
QUE VENHA DALGUM LUGAR
Não sei bem quando
Um lado rés do clima
Acordou meu espanto
Para o chumbo branco
Que cinzela Brasília
(sua falta de esquinas)
Tarde da noite, e de dia;
Como se os vários deuses
Que aguamos no altiplano
Se limitassem, dali mesmo
Ao estio da liquidação - a esmo
Dos meses retrospectivos
Fadados ciclotímicos
Multipolares aqui;
E inertes, nada fizessem
Olimpicamente - solertes?
No bom auxílio a quem
(tão escrava, todavia
do mas contudo, senão
havia entretanto e porém)
Deles mais precisasse:
- Como se eu bastasse!...
Um lado rés do clima
Acordou meu espanto
Para o chumbo branco
Que cinzela Brasília
(sua falta de esquinas)
Tarde da noite, e de dia;
Como se os vários deuses
Que aguamos no altiplano
Se limitassem, dali mesmo
Ao estio da liquidação - a esmo
Dos meses retrospectivos
Fadados ciclotímicos
Multipolares aqui;
E inertes, nada fizessem
Olimpicamente - solertes?
No bom auxílio a quem
(tão escrava, todavia
do mas contudo, senão
havia entretanto e porém)
Deles mais precisasse:
- Como se eu bastasse!...
domingo, 27 de janeiro de 2008
TORPEDO TERMINAL
... um rio morno /
escorreito, vazio /
vai na direção anterior /
do sentido, indo /
absorto, absorvido /
absolvido de todo...
19/01/08, às 22:06:04
escorreito, vazio /
vai na direção anterior /
do sentido, indo /
absorto, absorvido /
absolvido de todo...
19/01/08, às 22:06:04
sábado, 26 de janeiro de 2008
TORPEDOS RETARDADOS II
... o amor que lhe tenho /
sábio do vário tempo /
sabe-te sentimento /
por saber de si mesmo...
05/01/08, às 10:23:12
***
... que um dia, primavera /
meu cuidado, sem pressa /
seja atalho, promessa /
do trabalho do amor /
em ti, minha dor /
mais bela...
06/01/08, às 12:24:06
sábio do vário tempo /
sabe-te sentimento /
por saber de si mesmo...
05/01/08, às 10:23:12
***
... que um dia, primavera /
meu cuidado, sem pressa /
seja atalho, promessa /
do trabalho do amor /
em ti, minha dor /
mais bela...
06/01/08, às 12:24:06
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
WISHFUL THINKING
Não brigo
mais comigo
(se demasiado
o atrito);
Opero
moderado
(é provável)
e contrito
(mais difícil)
pendulando
(vezes balançando)
do desejo
ao juízo;
Ambos senhores
indivisos
prescientes
inimigos
indo corredores
(à esquerda, à direita)
constitutivos
(à espreita)
do meu destino
antes do jazigo;
Por um caminho
a meio-termo
(de etéreos
paraísos
a honestos
precipícios)
embora estreito:
- Um desvio por dentro.
mais comigo
(se demasiado
o atrito);
Opero
moderado
(é provável)
e contrito
(mais difícil)
pendulando
(vezes balançando)
do desejo
ao juízo;
Ambos senhores
indivisos
prescientes
inimigos
indo corredores
(à esquerda, à direita)
constitutivos
(à espreita)
do meu destino
antes do jazigo;
Por um caminho
a meio-termo
(de etéreos
paraísos
a honestos
precipícios)
embora estreito:
- Um desvio por dentro.
TORPEDOS RETARDADOS
Nove meses atrás /
comecei a pensar-te /
tão suave /
com tal arte /
que pensar-te depois /
mais, a dois /
não separei mais...
08/12/07, às 20:12:30
***
... a manhã é cinza-clara /
no compasso da jornada /
entre o que significa /
e de nada desconfia...
25/12/07, às 12:22:51
***
... o meu querer /
não descrevo /
de tão prever /
tal ensejo: /
o prazer /
de retê-lo /
ao te ver /
meu desejo...
28/12/07, às 14:57:01
***
... limpar os trilhos /
do que se ama /
pra bem andar /
a andança /
te põe maquinista /
alquimista /
a viga-mestra /
de tua vida...
31/12/07, às 09:29:50
comecei a pensar-te /
tão suave /
com tal arte /
que pensar-te depois /
mais, a dois /
não separei mais...
08/12/07, às 20:12:30
***
... a manhã é cinza-clara /
no compasso da jornada /
entre o que significa /
e de nada desconfia...
25/12/07, às 12:22:51
***
... o meu querer /
não descrevo /
de tão prever /
tal ensejo: /
o prazer /
de retê-lo /
ao te ver /
meu desejo...
28/12/07, às 14:57:01
***
... limpar os trilhos /
do que se ama /
pra bem andar /
a andança /
te põe maquinista /
alquimista /
a viga-mestra /
de tua vida...
31/12/07, às 09:29:50
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
À FELICIDADE FUGIDIA
Dela, que venha mais forte
A consciência da precariedade
De sua boa sorte - a fugacidade
(pra qu'eu não me demore)
De sua exaltação bem conforme
Uma fresta de luz que palco ilumine
Teu juízo perfeito - o teu ciclo inteiro
Que afaga, e destrata, e apaga - e, rarefeito
(o sentido sentimento), mordisca
Minha décima-sétima vida
Verde anoitecida cinza - opala invertida
Escaldada à beira-vista - escalada
Deste alto coqueiro em que nos encontramos
Solitários - solidários - por enquanto...
[meu amor - a cor
das ruínas
dos teus passeios
renascentistas
não é a minha
não é a minha
(mas é minha
esta pousada amiga
mandala acrílica - o prisma
que - pausadamente - arruínas)]
A consciência da precariedade
De sua boa sorte - a fugacidade
(pra qu'eu não me demore)
De sua exaltação bem conforme
Uma fresta de luz que palco ilumine
Teu juízo perfeito - o teu ciclo inteiro
Que afaga, e destrata, e apaga - e, rarefeito
(o sentido sentimento), mordisca
Minha décima-sétima vida
Verde anoitecida cinza - opala invertida
Escaldada à beira-vista - escalada
Deste alto coqueiro em que nos encontramos
Solitários - solidários - por enquanto...
[meu amor - a cor
das ruínas
dos teus passeios
renascentistas
não é a minha
não é a minha
(mas é minha
esta pousada amiga
mandala acrílica - o prisma
que - pausadamente - arruínas)]
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Um ensinamento Yaqui
Don Juan segundo Castañeda
"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Você deve ter sempre em mente que um caminho é apenas um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele em nenhuma circunstância. Se achar que deve segui-lo, agora, deve fazê-lo. Qualquer caminho é apenas um caminho, e não há nenhuma afronta a você mesmo ou a qualquer um se largá-lo porque sua mente lhe diz para fazê-lo. Mas a sua decisão de ficar num caminho ou de deixá-lo deve ser livre de medo e ambição. Eu lhe advirto: observe de perto e deliberadamente cada caminho. Experimente-o quantas vezes julgar necessário. Então faça a você mesmo, e só a você, uma única pergunta: 'Este caminho tem um significado?' Todos os caminhos são os mesmos, conduzem ao nada. São caminhos que vão através do mato. A única questão é se o caminho tem um significado. Se o tiver, é um bom caminho; se não, não tem utilidade. Ambos os caminhos levam ao nada, mas um tem significado e o outro não. Um leva a uma caminhada alegre; enquanto estiver nele, estará bem. O outro fará com que amaldiçoe sua vida. Um o faz ficar forte, o outro o enfraquece."
Carlos Castañeda, Teachings according to Don Juan. Berkeley: University of California Press, 1968 (publicado em português com o título A erva do diabo). Citado por Leo Buscaglia no seu livro Amor. Tradução de André Feijó Barroso. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 1997 (19ª ed.), pp. 41-42 e 143-145.
"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Você deve ter sempre em mente que um caminho é apenas um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele em nenhuma circunstância. Se achar que deve segui-lo, agora, deve fazê-lo. Qualquer caminho é apenas um caminho, e não há nenhuma afronta a você mesmo ou a qualquer um se largá-lo porque sua mente lhe diz para fazê-lo. Mas a sua decisão de ficar num caminho ou de deixá-lo deve ser livre de medo e ambição. Eu lhe advirto: observe de perto e deliberadamente cada caminho. Experimente-o quantas vezes julgar necessário. Então faça a você mesmo, e só a você, uma única pergunta: 'Este caminho tem um significado?' Todos os caminhos são os mesmos, conduzem ao nada. São caminhos que vão através do mato. A única questão é se o caminho tem um significado. Se o tiver, é um bom caminho; se não, não tem utilidade. Ambos os caminhos levam ao nada, mas um tem significado e o outro não. Um leva a uma caminhada alegre; enquanto estiver nele, estará bem. O outro fará com que amaldiçoe sua vida. Um o faz ficar forte, o outro o enfraquece."
Carlos Castañeda, Teachings according to Don Juan. Berkeley: University of California Press, 1968 (publicado em português com o título A erva do diabo). Citado por Leo Buscaglia no seu livro Amor. Tradução de André Feijó Barroso. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 1997 (19ª ed.), pp. 41-42 e 143-145.
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