terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ALGO ATRASADO

WALL STREET

Nas bolhas
as bolsas

perfuram

os bolsos
nos olhos.

Bilhões, a rodo
(a fuligem)
sobrevoam o negrume do jogo.

Senões, de modo
(imaginem!)
que se perfumam por sobre o esgoto.

No chão coberto do branco
do pó de papéis em desalinho
caídos
das telas de dígitos sumindo

um cano, num claro burburinho
de tubular proporção rompe-se antigo
no imperfeito coração da vizinhança:

- uma ambição em desarranjo
que regurgita explicitando
sua cíclica, imorredoura vocação
por oportuna governança

[a cobiça renascida pela vida da savana
de outra perspectiva - da hiena rediviva;
pelo mar inexistente da savana, a poeira do ar
inexistente de montanha; por terras, oh céus! e animais
de savanas e savanas sideralmente literais]

(como os juros de certas dívidas
de acordos, promessas e garantias
e mais vítimas leoninas)

[numa pródiga pretensão
de toda fístula que se doura derivativa
pílula

e quando à deriva
tosse, espirra - e deletéria
a assassina bactéria democratiza].

22/01/2009
(04/01/2011)