segunda-feira, 30 de outubro de 2017

DA CHUVA

propriedades

Agora, a água
cai, lava e enxágua.

Agora, a água
vai, cala e enxágua:

- agora, há água
que esfria fráguas;

- agora, d'água
cura-se mágoas;

- agora, n'água
seca-se báguas.

...

(agora, a água
cheira a atedágua)

domingo, 29 de outubro de 2017

QUADRA DA SAÚDE RENOVANDO

na ciclovia

A volta à rua

descontinua

um sedentário

desnecessário.

EM FRENTE À TEVÊ II

mais mediações


IV.

Entre as janelas
respectivas

(a eletrônica
e a desta vida)

cuido panelas
(longe a cozinha)

e abro tônicas
(perto a vizinha)

multiplicando
fragmentário

o dividendo
no seu contrário.


V.

Entre os ângulos
interiores

do retângulo
luminoso

ominoso
estertoro

uns amores
por dolores

sofredoras:

- eu recobro
(já remoto)

meu controle.


VI.

Entre dois suspiros
(face pois aos gritos)

mamute
casmurro

ao dedo
sussurro

press mute:

- e cedo.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

KRISHNA

Espiritual
fui material.

Escultural
fui corporal.

Tradicional
fui liberal;

horizontal
fui vertical...

E mineral
e vegetal

um animal;

e racional
irracional

em espiral!

Acidental
ou augural

fenomenal
ou habitual

fundamental;

setentrional
meridional

(por oriental
ocidental)

- vosso graal.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

ANTES QUE CHOVA

Um pincel fino
que duro estica

espinha a pino
a presa estação

pintando outubro
de cor sem função

num tom que rubro
a luz acinza:

- de março a maio
o céu que alinha

julho por junho
apenas brilha;

setembro adentro
quando o chão brita

o anil desbota
porque evapora;

e aquela espora
a ponta afina

a gosto de um sol
querido em abril

febril agora...

SEGUNDO EU

Homem primitivo
hoje não fui, distraído.

Não beijei o sol cedinho
nem saudei caminhos.

Esqueci-me. Esqueci-os
espécime vivo.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

QUESTÃO OCASIONAL

... vamos aonde
por quanto tempo

a quem defronte
com que de alento

(como se pontes
porque jumentos)

- até Caronte
vindo horizonte

remar-nos vento?...

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

QUADRA GOLPISTA LXVI

Alimento Para Todos...


Uma tese

desde sempre

causa espécie:

- da evolução brasileira das espécies
pela ração paulistana que oferecem.


(considere

vosso alcaide-farinata
de prefeito-granulado

num design inteligente

embalado a vácuo)


[agora, reconsidere

como se indigente fosse]

terça-feira, 17 de outubro de 2017

EM FRENTE À TEVÊ

mediações


I.

Entre dois touros
craques, suadouros

bolas de couro
(de prata, de ouro)

abrem disputas
que fechem justas?


[das quebras às regras
são pedras dos amos

que civilizamos;

das pedras às quebras
são regras dos anos

gregos e troianos]


II.

Entre o jogo
e os meus olhos

a superfície da tela

estatela

qualquer outro entendimento
que ultrapasse o sentimento.


III.

Entre o primeiro
tempo, e o segundo

pseudoevento

avento
que há tempo:

- do quê, não lembro.

NO HORÁRIO DE VERÃO

princípio

O homem primitivo

(biológico maquinismo
à revelia opressivo)

registra
a preguiça
precisa

do sol no seu dia.

domingo, 15 de outubro de 2017

domingo, 8 de outubro de 2017

PERTO DO ENFIM


Este blog

virtualmente

está grogue.


Realmente?

Cabalmente?


[sua poesia
semibreve

- dos caixotes
dos formatos

almocreve -

no limite
sempre esteve]

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

[DUPLA] QUADRA GOLPISTA GLOBAL

Barcelona é aqui, ali, acolá...


O mundo

dromunda

seu fundo

afunda...


[rotundo

de tundas

segundo

rotundas]

terça-feira, 3 de outubro de 2017

QUADRA GOLPISTA GLOBAL III

da minha impotência alienada cidadã


Ouço gritos, vejo patas

cassetetes
cacetadas

na tevê ligada
que de gente afasta.

Se Las Ramblas
dão Las Palmas

por que não La Liga?

- sétima a jornada!...

***

Ouço tiros, vejo balas

nas calçadas
carminadas

que deserdam
o deserto de Nevada.

É a Las Vegas

do repiegas
que, laranja

pinta & borda a Casa Branca?...

***

[desligado
no momento

(do circense movimento
remediado dos panacas)

fragmentos
leio pacas:

- do que entendo, nada intento

porque os mortos
já morreram]

PRAGMÁTICA

quase amorosa


O que você quer

eu quero - se der.


O que você der

eu quero ceder.


O que você é

eu quero querer

ver e perceber.


(o que você lê

quem sabe, reler)


O que você diz

eu quero - de ouvir

tender a entender.


E o que você faz

eu quero dever

poder não fazer.

ELES

O homem primitivo
percebe o romance

dramático e vivo
assim, de relance

- entre o sol chegando
e a lua partindo

entre o céu fechando
e a rua se abrindo -

desencontrando-se.