who fuckin' cares?
Foi novembro
um dezembro
para o rubro
fim de outubro?...
domingo, 30 de novembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
REVISITA 29: TRÓPICO
original atualíssimo
Não há vontade, nem que má
nem ambição.
Nenhuma gota de voluntariedade.
Apenas um véu branco cobrindo o olhar
e maleita dormência.
10/12/1982
Não há vontade, nem que má
nem ambição.
Nenhuma gota de voluntariedade.
Apenas um véu branco cobrindo o olhar
e maleita dormência.
10/12/1982
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
ALA DA SALA
dos professores
contemporâneos
enquanto atores
extemporâneos
sob fatores
controladores:
- educadores
edulcorando
um show de horrores
(dos educandos?...)
Sala das cores
ala das dores:
- dos estertores
de antes amores
diante dos mores
de outros valores...
[sala das cores que desbotamos
lavando o lodo através dos anos;
ala das dores que cultivamos
lavrando a todos do viés dos anos]
REVISITA 28: BEIJO MORENO
Ando mudo, sem procura
Bicho exposto à visitação pública;
Corroído pela mesmice perplexa
Cansado.
Mas te vejo, calmo o teu semblante
Tratando-me com tolerância carinhosa;
Mãe serena, cheia de filhos e filhas
De paciência, ante a imatura inquietude!...
Ando o mundo, sem procura
Bicho exposto aos de vista curta;
Coalhado de coisas, figuras mórbidas
Triste e opaco.
Mas quando pousa o teu olhar, ao vagar
Pássaro negro em rochedo oceânico
Diminui a solidão, um ponto no horizonte
Desmancha a espuma na infinitude das águas...
...
"À procura de mim, procuro-te
Nos teus lábios, de estranha doçura
Inquisidores da dúvida;
Nas palavras assim proferidas
Ecos de ti, íntimas;
No teu beijo moreno, meigo
Meu andarilho anseio...
Procuro-te, à procura de mim."
18/11/1982
18/11/1982
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
DURANTE
Antes do temporal
esta paz surreal
empurra meus olhos juntos fugidios
escapulindo passarinhos furtivos.
O resto de mim não consegue.
Do lado de cá da janela
assiste comigo ao que segue
como se de si fosse a cela
ou sob tutela estivesse
(e toda cautela impusesse).
[diante do temporal
há passarinhos - presos ou fugitivos]
...
Depois do temporal
revolto a ver normal
esta paz sem igual.
esta paz surreal
empurra meus olhos juntos fugidios
escapulindo passarinhos furtivos.
O resto de mim não consegue.
Do lado de cá da janela
assiste comigo ao que segue
como se de si fosse a cela
ou sob tutela estivesse
(e toda cautela impusesse).
[diante do temporal
há passarinhos - presos ou fugitivos]
...
Depois do temporal
revolto a ver normal
esta paz sem igual.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
ELEGÍADA
de um maníaco
Este ar etéreo
te deixa aérea
na estratosfera
da indiferença!...
Então funéreo
eu me despeço
até que desças
ao andar térreo
da vida dessas
sem refrigério
e me umedeças
do que antes peço
de tua presença
em tua ausência!...
Este ar etéreo
te deixa aérea
na estratosfera
da indiferença!...
Então funéreo
eu me despeço
até que desças
ao andar térreo
da vida dessas
sem refrigério
e me umedeças
do que antes peço
de tua presença
em tua ausência!...
terça-feira, 25 de novembro de 2014
ESTE DESCOMPROMISSO
pretérito perigo
O abismo - me sorrindo
(do seu esconderijo)
o seu sorriso lindo
a esta altura - finjo
que não sou nada rijo
[no meu duplo sentido]
àquela altura (minto
senão que regozijo)
a fim de escapar disso
(de vez escarpar ido
este descompromisso)
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
REVISITA 27: A ESPERA
Bate a chuva
lenta, nula
atrás da porta:
agora, o lado claro de ser
pouco importa.
Pinga a mente
ressentidamente;
os pensamentos, vagam
semidirecionados
retros, menores
retroses de lã.
Dançam os dedos
multimeios
parecendo milhares:
"sê a seda, agulha relax
mostra-me a teia
tecida rarefeita
assim que se faz".
(antevista a carícia
a lembrança vicia;
quanto aos corpos, unidos
contorcidos de gemidos
resta a memória
da fé, sua pausa
o fim da retidão)
...
Se tola vem a mosca
à toa
pouco importa:
agora, clareia o ser
atrás da porta.
01/11/1982
sábado, 22 de novembro de 2014
MEFISTOFÉLICA
Vocábulos
de estábulos
literários
me encabulam:
- gritam pra sair
poder existir
se fazer ouvir
querem ter porvir
(querem ter PORVIR!!!)
[como se o futuro do presente
o garantisse postumamente]
...
{meu demônio e eu concordamos:
- melhor desapalavrar
de qualquer um avatar}
de estábulos
literários
me encabulam:
- gritam pra sair
poder existir
se fazer ouvir
querem ter porvir
(querem ter PORVIR!!!)
[como se o futuro do presente
o garantisse postumamente]
...
{meu demônio e eu concordamos:
- melhor desapalavrar
de qualquer um avatar}
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
YES, RELAYER
lembrança progressiva
... meus portões do delírio
da adolescência - lírios
do campo da inocência -
abriram minha ciência
cedo e tarde (destarte
sua impermanência em arte
há muito e há pouco) - rios
de sons que ainda ouço
vindos daquele poço
de antigo colorido
que ainda desvario
- refletido em colírio
sonoro desde moço
para os olhos que olvido...
... meus portões do delírio
da adolescência - lírios
do campo da inocência -
abriram minha ciência
cedo e tarde (destarte
sua impermanência em arte
há muito e há pouco) - rios
de sons que ainda ouço
vindos daquele poço
de antigo colorido
que ainda desvario
- refletido em colírio
sonoro desde moço
para os olhos que olvido...
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
QUADRA DO DIA
A tristeza da melancolia
é mais triste porque indefinida:
- tristeza de si desconhecida
e mais triste porque não sabia...
REVISITA 26: JARDIM
A flor desnuda estanca o fluxo
do amor da abelha
centelha.
No pouso breve da folha de luxo
borboleta
tem telha.
Pássaro aventa, voa e derruba
da lua
quem telha.
27/10/1982
do amor da abelha
centelha.
No pouso breve da folha de luxo
borboleta
tem telha.
Pássaro aventa, voa e derruba
da lua
quem telha.
27/10/1982
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
DESTA PRA PRÓXIMA
intergeracional
... para onde eles irão
(e outros que seguirão)
sem boa educação
- a do sim e do não
em livre oposição?
Para onde todos vão
se há deseducação
(a do 'sim, por que não?')
a induzir instruções
certas das conclusões
- dos meios ou senão
dos fins com deduções?...
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
EM RESUMO
será o eremita?
Dos meus jogos em tempos de abraços:
- eu gosto mais do primeiro tempo
(no segundo, me vem um cansaço);
- o intervalo, se faz necessário
(meus quinze minutos de vestiário);
- gosto menos do terceiro tempo
do quarto nos quintos, contratempos
(prorrogações do gasto de erários)
[quando os escrúpulos vão pro espaço]
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
PERIFERIA
refém do clima?
A capa cinza
de cor escura
sobre a cidade
que não Brasília
porque avizinha
a dor sozinha
da tempestade
então mais dura
retém ainda
água à vontade...
TEMPO E RENOVAMENTO
memória e esquecimento
Já tive seis
depois doze
dezoito, vinte e um
trinta e cinco
quarenta e dois;
passei cinquenta
e nada lenta
a vida em cada uma das idades
- nas cinquenta e cinco oportunidades
aniversariadas até o presente -
é sempre a da presente novidade:
- uma de cada vez, cada vez uma.
[um ano de cada vez, cada vez um
que antes de experimentado era nenhum]
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
MANOEL SE FOI
notícia repetida (de entristecida)
embora inexatamente verdadeira e
agora devidamente contextualizada e
acompanhada de uma inevitabilidade
... já cumpria travessia de
fauna para flora havia bom
tempo (bem lento na fusão
lavrada e apalavrada com
coisas de sua atenção).
Outro tempo bom e Barros
mineralizar-se-á - porque
sua obra (próxima da lenta
decomposição estelar), a
caminho de o ser, o é já.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
REVISITA 25: SOPRO
Passa o tempo
pássaro no vento;
e
marcando o passo
passo:
- inerte como rocha
oco feito concha
monte de lava
faz-de-conta.
29/09/1982
REVISITA 24: BREVIDADE
Por um instante
o fluxo da vida detém-se na análise passiva
conviva da preguiça
e o meu corpo fecha-se por completo
ansioso de algum sentimento
majestade sem coroa
e a tua vontade dorme solta
o sono arquetípico da lassidão.
...
(não saberemos a razão das coisas)
27/09/1982
o fluxo da vida detém-se na análise passiva
conviva da preguiça
e o meu corpo fecha-se por completo
ansioso de algum sentimento
majestade sem coroa
e a tua vontade dorme solta
o sono arquetípico da lassidão.
...
(não saberemos a razão das coisas)
27/09/1982
ÂNGELA
Desde que me entendo por gente
teu rosto está em minha mente;
desde que me entendo com gente
teu rosto aqui está suavemente
rosto sorrindo desde sempre;
se me desentendo com gente
teu rosto então condescendente
ri novamente - mas somente
se eu não desentender da mente...
teu rosto está em minha mente;
desde que me entendo com gente
teu rosto aqui está suavemente
rosto sorrindo desde sempre;
se me desentendo com gente
teu rosto então condescendente
ri novamente - mas somente
se eu não desentender da mente...
terça-feira, 11 de novembro de 2014
ANTES DE AS ESQUECER
É sempre assim antes de escrever:
- acho que as palavras vão morrer
antes de se permitirem ver
antes de me deixarem rever
o que poderiam vir a ser
se de fato as soubesse escrever.
SINONÍMIA ALAGADIÇA
Aquela flor no pântano
será uma flor de pântano
do charco o delgado encanto?
Aquela flor no lodaçal
será uma cor do tremedal
do aguaçal banhado de sol?
Em atascal que atola o sal
aquela flor tão brejeira
contrária a tal natureza
(de odor cediço à lameira)
seria a dor da beleza?...
será uma flor de pântano
do charco o delgado encanto?
Aquela flor no lodaçal
será uma cor do tremedal
do aguaçal banhado de sol?
Em atascal que atola o sal
aquela flor tão brejeira
contrária a tal natureza
(de odor cediço à lameira)
seria a dor da beleza?...
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
SEM BOLA DE CRISTAL
Quando o tempo incita
que o momento excite
quando a hora avisa
que o agora vive
quanta água parada
deságua em deslize
poça apodrecida
de repente livre?
Quanta água pesada
desgasta a calçada?
Poça rediviva
movimenta a vida?
E quanto a espaçá-la
- calçando a calçada
enquanto espaçá-lo
- o momento dado
é de quem a alçada?
...
[sem bola de cristal
de gude, sem canal
(à frente o matagal)
me escuso after all]
que o momento excite
quando a hora avisa
que o agora vive
quanta água parada
deságua em deslize
poça apodrecida
de repente livre?
Quanta água pesada
desgasta a calçada?
Poça rediviva
movimenta a vida?
E quanto a espaçá-la
- calçando a calçada
enquanto espaçá-lo
- o momento dado
é de quem a alçada?
...
[sem bola de cristal
de gude, sem canal
(à frente o matagal)
me escuso after all]
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
QUADRA PÓS-ELEITORAL
heterodoxa
A rachadura
é na fervura
(é da fervura)
[dá em fervura]
{só é fervura}:
- tão mais sólida
quão insólita!...
A rachadura
é na fervura
(é da fervura)
[dá em fervura]
{só é fervura}:
- tão mais sólida
quão insólita!...
terça-feira, 4 de novembro de 2014
DO LÉXICO GOLPISTA
de sua assustadora imprecisão assustadiça
Se aqui e agora
Brasil for Brazil
(Brazil for Brasil)
será que importa?
Será que exporta
se dois ou dez mil
se mais de cem mil
fizerem hora?
Se estão por fora
sem tais vezes mil
será que aporta?
Será que emborca?...
(se então aborta
calma ou Mallorca?)
[se aqui ou embora
por que varonil?]
...
Se houver pólvora
sob um véu anil
em qualquer Brasil
a flor no fuzil
será que aurora?...
Se aqui e agora
Brasil for Brazil
(Brazil for Brasil)
será que importa?
Será que exporta
se dois ou dez mil
se mais de cem mil
fizerem hora?
Se estão por fora
sem tais vezes mil
será que aporta?
Será que emborca?...
(se então aborta
calma ou Mallorca?)
[se aqui ou embora
por que varonil?]
...
Se houver pólvora
sob um véu anil
em qualquer Brasil
a flor no fuzil
será que aurora?...
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
CUSTOMIZADO
Amo o que escuto
escuto o que amo.
Amo o que leio
se leio o que amo.
Vejo que escuto
vejo que leio
vejo que os amo.
Mas sei o quanto
se além há muito
e aquém de tudo
o sinto mudo?
...
(vejo mais quando?...)
escuto o que amo.
Amo o que leio
se leio o que amo.
Vejo que escuto
vejo que leio
vejo que os amo.
Mas sei o quanto
se além há muito
e aquém de tudo
o sinto mudo?
...
(vejo mais quando?...)
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