... amorzinho /
(assim, inho /
porque doce, quando amargo /
e suave, apaixonado)/
sigo um beijo, beijinho /
todo carinho...
às 11:08:23
domingo, 30 de setembro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
TORPEDO VI
Acordei feliz: /
- impregnado /
absorvido /
saturado /
constituído /
(da mente aos sentidos) /
por tudo que te diz respeito.
às 10:36:10
- impregnado /
absorvido /
saturado /
constituído /
(da mente aos sentidos) /
por tudo que te diz respeito.
às 10:36:10
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
TORPEDO V
Este, embora torpedo /
publicá-lo, devo: /
- já que tão contido desejo /
ao ponto de desdizê-lo /
no que revela segredo...
às 13:25:40
publicá-lo, devo: /
- já que tão contido desejo /
ao ponto de desdizê-lo /
no que revela segredo...
às 13:25:40
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
TORPEDO III
... o dia passa /
e tal dança - de palavras /
mal descansa /
(vez precária) /
desta saudade - fatigada...
às 11:13:44
e tal dança - de palavras /
mal descansa /
(vez precária) /
desta saudade - fatigada...
às 11:13:44
FÊNIX
Eu estou mudando.
Você está mudando.
E essas mudanças, assim
Informadas uma da outra
Fecundam-se, cuidadosas
Idiossincrasias - uma e outra.
Eu estou (me) aproximando.
Você está (se) aproximando.
E essas aproximações, assim
Mais próximas uma e outra
Contemplam-se, amorosas
Epifanias - uma da outra.
(afinando a sintonia
a seguir tentativa)
Você está mudando.
E essas mudanças, assim
Informadas uma da outra
Fecundam-se, cuidadosas
Idiossincrasias - uma e outra.
Eu estou (me) aproximando.
Você está (se) aproximando.
E essas aproximações, assim
Mais próximas uma e outra
Contemplam-se, amorosas
Epifanias - uma da outra.
(afinando a sintonia
a seguir tentativa)
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
AFTER (JUST) LOVE
... súbita, numa alegre radiância
derramada dos teus olhos, nos teus lábios instantânea
disparavas
metralhada
uma risada
de si cheia, sereia, quase gargalhada
do fundo da garganta duma satisfação plena...
e sereno, esse riso
- gozo duplicado, replicado, repetido -
todo me abria, num átimo, em abismo
por onde subiam os grotões do paraíso.
***
(e agora, como vivo
com teu eco infinito?
essa música, toda tua
que sentidos capitula
recativando o ouvido?...)
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Porque sou tão teu mistério
"Julieta: Romeu! Romeu! Por que você é Romeu? Negue seu pai e renuncie ao nome; se não quiser, basta jurar-me amor, e eu deixarei de ser a Capuleto.
Romeu (à parte): Devo ouvir mais ou devo responder?
Julieta: O que é um Montéquio? Não é mão, nem pé, ou braço, ou rosto, ou qualquer outra parte de um homem: seja outro nome! Nome? O que há num nome? O que chamamos rosa não cheiraria tão doce em outro nome? Assim, Romeu, se fosse um não-Romeu, não perderia a querida perfeição sem o seu nome. Jogue fora o seu Montéquio, fique comigo, inteirinha!
Romeu: Peguei você na palavra! Eu não fui batizado, meu nome é Amor, não sei quem é Romeu.
Julieta: Que homem é você, na noite oculto, que assim penetra em meu segredo?"
William Shakespeare, "Romeu e Julieta". Em Retrato do amor quando jovem: Dante, Shakespeare, Sheridan, Goethe. Projeto e tradução de Décio Pignatari. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, pp. 142-143.
Romeu (à parte): Devo ouvir mais ou devo responder?
Julieta: O que é um Montéquio? Não é mão, nem pé, ou braço, ou rosto, ou qualquer outra parte de um homem: seja outro nome! Nome? O que há num nome? O que chamamos rosa não cheiraria tão doce em outro nome? Assim, Romeu, se fosse um não-Romeu, não perderia a querida perfeição sem o seu nome. Jogue fora o seu Montéquio, fique comigo, inteirinha!
Romeu: Peguei você na palavra! Eu não fui batizado, meu nome é Amor, não sei quem é Romeu.
Julieta: Que homem é você, na noite oculto, que assim penetra em meu segredo?"
William Shakespeare, "Romeu e Julieta". Em Retrato do amor quando jovem: Dante, Shakespeare, Sheridan, Goethe. Projeto e tradução de Décio Pignatari. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, pp. 142-143.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
TAQUICARDIA
Se andarmos apartados
Tropeçando encrespados
Paralelos pelas vias
Incluídas nos tratados
Que firmamos nos cansaços
Da estrada que trilhamos
Andemos! Soframos! E se pararmos
(num intervalo solar desses
desse tamanho descaso com as estrelas)
E pensarmos (ao menos) em mudar
Duas feridas (a menos) de lugar
Que possamos
Manter atados
Teus reclamos
A meus atalhos
(na saúde da doença
da alegria na tristeza)
Até que aprendamos
A amar nos desencontros
O mistério que nós somos
Quando entre(nos)cruzamos...
Tropeçando encrespados
Paralelos pelas vias
Incluídas nos tratados
Que firmamos nos cansaços
Da estrada que trilhamos
Andemos! Soframos! E se pararmos
(num intervalo solar desses
desse tamanho descaso com as estrelas)
E pensarmos (ao menos) em mudar
Duas feridas (a menos) de lugar
Que possamos
Manter atados
Teus reclamos
A meus atalhos
(na saúde da doença
da alegria na tristeza)
Até que aprendamos
A amar nos desencontros
O mistério que nós somos
Quando entre(nos)cruzamos...
domingo, 16 de setembro de 2007
Sobre precisar e (não) bestializar
"O sonho é muito importante, sem ele a gente não sai do canto. Todo ser humano precisa de um pouco de loucura, ou cai na rotina. Fernando Pessoa já dizia: 'sem a loucura, o que é o homem? Uma besta sadia.'"
Ariano Suassuna, XIII Bienal do Livro do Rio de Janeiro, sexta-feira última.
Ariano Suassuna, XIII Bienal do Livro do Rio de Janeiro, sexta-feira última.
SONHO DE DOMINGO
Hoje, se acordado
Doce e vago, ao teu lado
Vigília ou preguiça - tanto faria
Se claro dia, ou nublado
Se cedo ou tarde, da noitinha
Cansado, bem mal-dormida
(entre amores cultivados)
Se - do tempo e do espaço
Recentes de deuses de passado
Decente, num hiato celestial
Eu pudesse ter contado
Afinal com a luz, a paz matinal
Do teu sorriso - meu branco mundo estival...
Doce e vago, ao teu lado
Vigília ou preguiça - tanto faria
Se claro dia, ou nublado
Se cedo ou tarde, da noitinha
Cansado, bem mal-dormida
(entre amores cultivados)
Se - do tempo e do espaço
Recentes de deuses de passado
Decente, num hiato celestial
Eu pudesse ter contado
Afinal com a luz, a paz matinal
Do teu sorriso - meu branco mundo estival...
sábado, 15 de setembro de 2007
PARA (MELHOR) ATRAVESSARES A MADRUGADA
poema ruim, mas necessário
Quando medo e presunção
Travestidos de razão
Ameaçarem tua paixão
(pela vida
que jurei, faria
valer a pena ser vivida)
Ao encontrarem-se no portão
Da noite que só atraiçoa os enganos
Confortáveis - aos quais nos apegamos
Tristes e covardes
[noite contrária
à luta fútil - e diária
sob luz opaca, que brilha
(inútil turmalina)
sobre a fina simplística de uma lógica
ofuscada porque temerosa (por nada...)],
Lembre-se de um abraço
Morno e lasso, estreito e largo - sempre ao alcance
Dos teus braços - num relance
Permanente, por tudo confiante
Noutras horas iguais
De pouco tempo atrás...
Quando medo e presunção
Travestidos de razão
Ameaçarem tua paixão
(pela vida
que jurei, faria
valer a pena ser vivida)
Ao encontrarem-se no portão
Da noite que só atraiçoa os enganos
Confortáveis - aos quais nos apegamos
Tristes e covardes
[noite contrária
à luta fútil - e diária
sob luz opaca, que brilha
(inútil turmalina)
sobre a fina simplística de uma lógica
ofuscada porque temerosa (por nada...)],
Lembre-se de um abraço
Morno e lasso, estreito e largo - sempre ao alcance
Dos teus braços - num relance
Permanente, por tudo confiante
Noutras horas iguais
De pouco tempo atrás...
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
VIDA ANIMAL
Neste tormento seco, poeirento
Sem risco real, que se apresente
A contento, migração anual
Não há (vê-se), ascendente
Aparentemente um movimento
Que do centro se sustente.
Por onde venham, retraídas
E floresçam, compreendidas
Palavras sem gravidade.
Onde ensejos, ou vontades
Que destravem felicidades
Não passem necessidade.
Por uma pista, uma saída
(trilha, passarela, escadaria)
Um louva-deus que sobreviva
A este clima...
(porque discreto, teu mal-estar
devora-me, exatamente
ao descasalar...)
Sem risco real, que se apresente
A contento, migração anual
Não há (vê-se), ascendente
Aparentemente um movimento
Que do centro se sustente.
Por onde venham, retraídas
E floresçam, compreendidas
Palavras sem gravidade.
Onde ensejos, ou vontades
Que destravem felicidades
Não passem necessidade.
Por uma pista, uma saída
(trilha, passarela, escadaria)
Um louva-deus que sobreviva
A este clima...
(porque discreto, teu mal-estar
devora-me, exatamente
ao descasalar...)
terça-feira, 11 de setembro de 2007
BREU REFLEXO
Há muita luz em todo lugar.
Luz a mais, demais
Pra quem quer enxergar.
[como na noite sem lua
(sem hora pra terminar)
escura, escura, escura
(que perfura todo lugar)]
Luz a mais, demais
Pra quem quer enxergar.
[como na noite sem lua
(sem hora pra terminar)
escura, escura, escura
(que perfura todo lugar)]
domingo, 9 de setembro de 2007
SOB O SOL QUE ME ABRIGA
Os demônios que me fitam
(dos ipês que amarelam)
Fritam sob o sol
(meu cáustico amigo)
Do Planalto Central.
O céu que me abriga
Acolhe a caminhada
Noite e dia; e de madrugada
(a lua dourada)
Amarela as flores das sacadas...
(o que me lembra, quando perdido
da seca certeza que me amolda
carcaça, cachola e espírito:
- eu não desisto do que sinto)
(dos ipês que amarelam)
Fritam sob o sol
(meu cáustico amigo)
Do Planalto Central.
O céu que me abriga
Acolhe a caminhada
Noite e dia; e de madrugada
(a lua dourada)
Amarela as flores das sacadas...
(o que me lembra, quando perdido
da seca certeza que me amolda
carcaça, cachola e espírito:
- eu não desisto do que sinto)
sábado, 8 de setembro de 2007
VISITA
A luz do sol que entra
Beija-me suave o rosto à direita
Numa carícia morna e doce, a trazer-me
Um sopro de ti até aqui
[ao que sigo pensando
e penso sentindo (muito)
à flor de mim...]
Beija-me suave o rosto à direita
Numa carícia morna e doce, a trazer-me
Um sopro de ti até aqui
[ao que sigo pensando
e penso sentindo (muito)
à flor de mim...]
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
DA RECUSA A VIVER MORTO (DE RAZÃO)
Às vezes - muito menos que devia
Que poderia - raramente tendo em vista
Os reveses pela vida
Estou quieto - descansando
Numa fímbria - uma brisa
À sombra do cotidiano
Por um momento - num trecho
Quase plano
Da lida comigo mesmo.
Nesse descanso de momento
Quase plano, eu repenso - dispenso
Pensar inteiro o intenso - viciado
Em réguas e compassos deformados;
Fico esquecido das quadrilhas
Das arruaças demoníacas
Em piso cartesiano;
De assembléias e intrigas
Nas praças e esquinas
Do covil do crânio;
E das ações, maquinações
Que a razão urde e resfria
E amiúde ardente, justifica...
***
(neste trecho-argila em pó
com sorte - demasiado humano
por um momento forte - arcano
eu só te amo:
- tão pleno
e perfeito
o quanto...)
Que poderia - raramente tendo em vista
Os reveses pela vida
Estou quieto - descansando
Numa fímbria - uma brisa
À sombra do cotidiano
Por um momento - num trecho
Quase plano
Da lida comigo mesmo.
Nesse descanso de momento
Quase plano, eu repenso - dispenso
Pensar inteiro o intenso - viciado
Em réguas e compassos deformados;
Fico esquecido das quadrilhas
Das arruaças demoníacas
Em piso cartesiano;
De assembléias e intrigas
Nas praças e esquinas
Do covil do crânio;
E das ações, maquinações
Que a razão urde e resfria
E amiúde ardente, justifica...
***
(neste trecho-argila em pó
com sorte - demasiado humano
por um momento forte - arcano
eu só te amo:
- tão pleno
e perfeito
o quanto...)
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
SOMA ZERO
Nada significa nada.
Não importa o que se faça
Estoura - e afoga-se - manada.
(numa linguagem que você entende:
- qual a demanda
se o que se oferta
é inversamente?)
Não importa o que se faça
Estoura - e afoga-se - manada.
(numa linguagem que você entende:
- qual a demanda
se o que se oferta
é inversamente?)
domingo, 2 de setembro de 2007
A NATUREZA DA DOR
Entre o presente emparedado
E o espaço além de alargado
Entre acima o azul curvado
E o fino cinzeiro abaixo
Entre o claro dia, absolutamente claro
(e belo, e bom, e justo - à frente e ao lado)
E a noite sem lua interior
Ressinto.
(e quase lamento
estar tão vivo)
E o espaço além de alargado
Entre acima o azul curvado
E o fino cinzeiro abaixo
Entre o claro dia, absolutamente claro
(e belo, e bom, e justo - à frente e ao lado)
E a noite sem lua interior
Ressinto.
(e quase lamento
estar tão vivo)
sábado, 1 de setembro de 2007
MONITORAMENTO
De mim, eu mesmo
Hei de ser experimento
(tubo, ácido, sujeito
a um astuto objeto)
No tocante ao descenso
Ao dantesco inferno, à meia-luz
(sem tácito despertar / o interno desespero)
Deste quase consolo poético:
- Dos contornos etéreos
de um horizonte fatigado
que malgrado se reduz
à parede de um quarto
de sonhos aéreos, pintado
azul e claro, o fundo amarelo
descascado severo, e repintado
quando verde assim o quero...
(porque de mim mesmo
fênix renasço, do ocaso
sempre experimento)
Hei de ser experimento
(tubo, ácido, sujeito
a um astuto objeto)
No tocante ao descenso
Ao dantesco inferno, à meia-luz
(sem tácito despertar / o interno desespero)
Deste quase consolo poético:
- Dos contornos etéreos
de um horizonte fatigado
que malgrado se reduz
à parede de um quarto
de sonhos aéreos, pintado
azul e claro, o fundo amarelo
descascado severo, e repintado
quando verde assim o quero...
(porque de mim mesmo
fênix renasço, do ocaso
sempre experimento)
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