terça-feira, 18 de setembro de 2007

Porque sou tão teu mistério

"Julieta: Romeu! Romeu! Por que você é Romeu? Negue seu pai e renuncie ao nome; se não quiser, basta jurar-me amor, e eu deixarei de ser a Capuleto.
Romeu (à parte): Devo ouvir mais ou devo responder?
Julieta: O que é um Montéquio? Não é mão, nem pé, ou braço, ou rosto, ou qualquer outra parte de um homem: seja outro nome! Nome? O que há num nome? O que chamamos rosa não cheiraria tão doce em outro nome? Assim, Romeu, se fosse um não-Romeu, não perderia a querida perfeição sem o seu nome. Jogue fora o seu Montéquio, fique comigo, inteirinha!
Romeu: Peguei você na palavra! Eu não fui batizado, meu nome é Amor, não sei quem é Romeu.
Julieta: Que homem é você, na noite oculto, que assim penetra em meu segredo?"

William Shakespeare, "Romeu e Julieta". Em Retrato do amor quando jovem: Dante, Shakespeare, Sheridan, Goethe. Projeto e tradução de Décio Pignatari. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, pp. 142-143.

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