domingo, 17 de fevereiro de 2008

LONGÍNQUA

Longínqua, és linda
Hipermetropia; nuvem
Cujo cinza esfria, algodão
(quando à mão convém)
Que baixo principia solidão;

Longínqua, dali turvas
Mil atenções das curvas
Untadas de neblina; os sãos
(os que desviam de antemão)
São teus fantasmas nesta via;

Longínqua, de lá secas
Minha língua paladina
Para coisas que se ditas
(inações correspondidas)
Pelas coxas trairias;

Longínqua, és olímpica
A quarteirões de vista:
- Se dura água-marinha
da razão mais cristalina
por que tanto quererias
tão errada companhia?

- E longínqua dos meus dedos
(da beleza dos momentos)
maldirias a rotina
da delícia dos folguedos
requebrando os brinquedos
redeixados ao relento?...

- E mais longe, indiferente
à coisa vária que altera
de remédios a comédias
que questões esquecerias
(quais senões recordarias)
da gravidade que encerras?

Longínqua, seda fina
Se quiseres, mais ainda
Ser pandorga pela vida
(tua turística ambrosia)
Solte a linha, solte a linha!...

(daqui, maravilhado
do teu poder multiplicá-lo
Dédalo enraizado
torcerei por um bom clima)

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