sexta-feira, 4 de março de 2016

REVISITA 122: DECLIVE

52º poema de À procura de Nefertari

... num fio quase secreto, remanescente,
mal encoberto por toda a recente razão
que aparta a paixão doente... Ali
preso redescubro, inda em brasa febril,
a incandescente projeção de mim
que és ausente... Em mim, o presente
vivo-morto de promessas, tempo
do aborto daninho das ervas - o fim
da Eva querida que sadia serias
se vadia, a verde-escura vida
nos abrisse uma trilha
fresca, sem facões ou senões,
recrudescida... E se camaleão,
um parvo Adão pudesse ao fundo
eu ser, incondicionalmente,
por tua certeza de eternamente...

19/02/2006

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