QUADRA VELHA

[música

da natureza

embica

de madurezas]

QUADRA JOVEM II

[música

da natureza

imbica

obscurezas]

QUADRA JOVEM

[música

da natureza

musica

imaturezas]

SE VIRANDO-SE

Na corda bamba

dos tais atalhos

borda ou caçamba

penduricalhos

eu sou o samba

sobre o assoalho:

- coçando a mamba

meu espantalho

mas pra caramba!...

(senão descambo)

APOSENTANDO II

O fim

da hora

afim

e afora

- demora

sem-fim

outrora

confim -

enfim

agora

aurora

deu sim:

- embora

ao fim

(senhora

de mim)

penhora

chinfrim...

ALTERCRÍTICA III

Minha lavra

de palavras

está perto

de esgotar.

Sempre mouca

exígua

quase mesquinha

dela cavei ausências

extraí carências

processei pendências

tais as ambições

do minerador.

Agora vala

da raspa no tacho que alarga

já palustre

como encerrá-la

simulada ilustre

terminada

sem que deslustre

a terra

a água

o veio

- no mar do céu deixá-la

com certo ar?

ALTERCRÍTICA II

time to do it

Minha poesia

é prisioneira

todos os dias

de uma maneira

de rima

formato

rotina

ornato

caneta

teclado;

porém um dia

da corriqueira

monotonia

na ribanceira

seu recato

deslizará

na lama do

que realçar

talvez quiçá

o atraso

(por acaso

parnaso)

do que for par

do ocaso...

AO PESO DOS FUTUROS

(im)possíveis

Horizontes

meus simbiontes

vão defronte

mastodontes

sem desmonte

desde a fonte;

trás os montes

que remonte

são despontes

brutamontes

de confrontes

por apronte:

- mesmo eu nem ponte

porque amedronte...

DEZEMBRINA IV

à direita "limpinha"

Previstes

os tais

enristes

fecais

que urgistes

'jamais!'

- mas chistes

uivais

já tristes

vestais.

(consistes

quiçais

despistes

demais)

DA CONSTRUÇÃO

[há preconceito

com parapeitos

muito em função

da tentação

de convertê-los

em solução

para tropeços

dos atropelos

enfim afeitos

(desde o começo)

à condição

dos seus pedreiros]

DEZEMBRINA III

retrospecto

No fecho

que fende

relembro o

começo

do trecho

que meço

(e tende

malecho)

antes de

setembro:

- pois desde

o entrecho

começa

que o lembro

adrede

manembro...

ADITIVA

gênero homo

Ao somarmos

no legado

a dois braços

pré-madraços

duas pernas

pós-modernas

o que temos

sob o crânio

pleistoceno

prorrogado?

Quatro patas

plutocratas

de primatas

sociopatas?...

DUPLA QUADRA A VER

O que é possível dizer

com os sentidos a ter

saturações de obter

compreensões sem haver?

(o que é possível fazer

com os sentidos a ser

pelo impossível prazer

do saturar compreender?...)

SEXTILHA JUBILADA

[o dezembro

de que lembro

eu manembro

de novembro

o deslembro

(não fui membro)]

DUPLA QUADRA NESTE COMENOS

parlapatória

[falar mais

diz menos

se demais

somenos:

se ademais

adenos

de jamais

acenos]

QUINTILHA NÉ?

Cá

há

lá

já

tá?

QUADRA NÉ?

Aí

saí

(daí

caí)

DUPLA QUADRA NÉ?

Num

vu

no

cu

eu

nu

ou

tu.

NÉ?

natalina

Se

pré

se

crê

pró

fé

só

vê

no

pós

que

pó

se

pôs

dê

vós.

NO CLIMA

O furor

dobrado

do calor

sobrado

pede água:

- maciça

pra liça

lediça

de chover

pesada

a beber

gelada...

SEXTILHA OTIMISTA

Um dia lindo

(um conseguindo)

sempre é bem-vindo:

- mais sobrevindo

de um malavindo

nunca nem findo...

DESTEMPORAL

Enfronho

no sono

tristonho

do outono

um sonho

que abono

risonho

colono

(tardonho

no tono

suponho

que o clono)

SETILHA COMPLACENTE

Sinto

frio.

(sério

minto)

[ébrio

finto

brios]

ON DRUGS

No limbo

opaco

do nimbo

tabaco

medito

buracos

à beira

dos rasos;

na feira

do ocaso

os ditos

velhacos

ladeiras

do acaso

de cunho

fármaco:

- rascunhos

do vácuo...

LITERATEJANDO

Devaneio

um anseio

a passeio

num bloqueio.

(entremeio

um floreio

a teu seio

num enleio)

[garganteio

um paleio

a ponteio

num torneio]

{bombardeio

um alheio

aperreio

num pareio}

QUINTILHA DA VEZ

apolítica

A desfaçatez

desta estupidez

vem da flacidez

do vosso talvez

(o nosso jaez?...)

PERTO DO FIM

(re)capitulação

[da garagem

à palavra

a miragem

duma lavra

em linguagem

que mal lacra

(abordagem

que mal cala)

à mensagem

encalacra

vassalagem

à bengala

parolagem

numa sala]

AOS NÁUFRAGOS

Brilha

o sol:

- trilha

um rol

de milhas

farol

a ilhas

em prol

de quilhas

em frol

de tilhas

ao estol...

SEXTILHA CONTRADITÓRIA

O céu

limpo

sem véu

nimbo

me deu

limbo.

ESCOLA PRIVADA II

magistério

Entre o tédio

e o assédio

entre o césio

e o trapézio

entre o nédio

e um que néscio

com promédio

vem egrégio

neste prédio

pouco sério

sem critério

nem remédio

entra o médio

deletério

deste prévio

vitupério...

DUPLA QUADRA DE MUITA CHUVA

vivê-la

Antes

fornir

depois

dormir.

(fluir

durante)

[fruir

vazante]

QUADRA DE MUITA CHUVA

[chove

às vezes

as nove

vezes]

SOM ATÉ A GARAGEM

de repente, (re)comecei

Agora

no pálio

ligado

há rádio

por ora

cardápio

tocando

meus lábios;

embora

larápio

um plágio

de outrora

é fato

que opera

o fado

da espera:

- posfácio

da obra

prefácio

da sobra

passando

pedágio

que aflora

da hora.

AO FIM DO SEMESTRE II

como o conhecemos

As salas

vazias

de falas

prazias

ensaiam

gazias

às cruzes

do dia:

- ensalam

razias

de azias

cedidas

por truzes

perdidas

das luzes

que havia.

QUADRA GOLPISTA CII

da questão contínua

... até que apareça

cadáver ilustre

mané que aconteça

pendendo num lustre?...

DUPLA QUADRA AO TEMPO

presente

Seja clima

ou passando

vejo acima

que fadando

(pela rima)

a combinar

estimando

o céu assar...

OUTRA RETROSPECTIVA

sinopse

O correr

o espaço

a correr

lindaço

acorreu

sem aço:

- decorreu

lerdaço

(ocorreu

cagaço)

[escorreu

bagaço]

UMA RETROSPECTIVA

epítome

O correr

do tempo

a correr

atempo

acorreu

trastempo:

- decorreu

destempo

(ocorreu

sem tempo)

[escorreu

isento]

ME AMORA & TRASFEGA

A hora

se chega

escora

da esfrega

da cora

que pega

agora

se achega;

se aurora

conchega

senhora

refega

afora

sossega

tutora

da rega;

pletora

que lega

a flora

da sega

espora

que cega

pandora

sonega:

- embora

na entrega

(outrora

pelega)

sonora

fumega

a tora

bodega

penhora

não chega

demora

que nega...

DUPLA QUADRA A (SE) RETIRAR

Amos

vamos

indo

lindo:

- anos

lhanos

inda

vindo...

DUPLA QUADRA PREVENTIVA

deus o ilumine

Um parapeito

de proveito

mais afeito

é menos estreito.

(bom defeito

a despeito

de ainda sujeito

a ser o eleito)

REFRESCANDO

até o fim

Os dias

sem tempo

às vias

do termo

podiam

com vento.

(deviam

no evento

de lerem

o alento)

DA GARAGEM XVI

na passagem

As flores

amarelas

de amores

a cancelas

colores

amarelam:

- se fores

paralela

aos pores

que revelas

olores

amartelam.

EMENTA

etária

[quarenta

cinquenta

sessenta

assentam

tormentas;

setenta

oitenta

noventa

amentam

as bentas]

ESSENCIAL

ao futebol

Lamine

(se Lionel):

- convite

ao tropel

do aranzel

limite

sobre um céu

que imite

seu papel

vitrine

ao incréu...

A PROPÓSITO DAS BETS

robot sapiens

[vivemos os primórdios

de uma era de eficácia

inaudita na exploração

tecnológica das fraquezas

e contradições humanas

- a um só tempo sofisticada

e primitiva, insidiosa

e invasiva, amigável

e agressiva, desregulada

e regularmente permissiva]

APOSENTANDO

Ao contrário

do universo

do salário

adverso

há o cenário

submerso

da pensão:

- à discrição

da aposentação.

SEXTILHA APOSENTANDO

hoje

Feliz deslizo

esperançoso

para uma nova vida:

- mas distraído

do insidioso

risco que o vazio cria.

SEXTILHA À ESQUERDA

contemporânea

Desligada

religando

religada

deslizando

(coligando

realizada?...)

SEXTILHA À DIREITA

contemporânea

Venceram

vencerão

teceram

tecerão

(enceram

que farão)

SEXTILHA AO COSTUME

contemporâneo

[da moralidade

algazarre

que nos varre

quero à gravidade

(da obscenidade)

que desgarre]

DUPLA QUADRA DA GARAGEM X

móvel semanas atrás

[cancelas

cancelam

de muros

a grades

que vedam

de furos

(ao Mauro)

passagens]

NO QUINTAL II

grilagens

Pululam

pequenas

dezenas

centenas

que ululam

de antenas

avenas

sirenas

que pulam...

DUPLA QUADRA DERRAMADA

ao leite que se foi

[um velho

no espelho

parelhos

dão relho

bedelho

aos quelhos

balselhos

do tempo]

SETILHA A ESTA CAVERNA

blog platônico

Há garagens

de postagens

na paragem

da linguagem

que paisagem

dá passagem

a miragens.

EM TEORIA

questão

A poesia

na agonia

da apatia

de hoje em dia

todavia

poderia

- como guia

à porfia -

a delícia

de ousadias

por magia

de utopias?...

DUPLA QUADRA MOLHANDO

semanas atrás

O baixo

céu

abaixa

véu:

- debaixo

chove

embaixo

eu.

DUPLA QUADRA AFINANDO A GARAGEM

semanas atrás

O bicho

pia.

Seu nicho

ria:

- rabicho

via

(capricho

lia)

DUPLA QUADRA PESANDO

antes da chuva

Meu cansaço

sem mormaço

está perto

de estar certo

quanto ao que faço

referto

(que ameaço

quando encoberto)

AO SE PÔR

O sol

usual

estol

ritual

em prol

do qual

febeu

igual

pireu

fatual

é meu

lual.

DUPLA QUADRA AO BOM DEVEDOR

À vista

a prazo

sofista

atraso:

- na crista

eu trago

o artista

mal pago...

DUPLA QUADRA À PRIMEIRA CHUVA

O divino

do natural

planaltino

atemporal

vem a pino

proporcional

no seu tino

libidinal...

LENDO LINDO

[ando

quando

brando

sendo

endo

vendo

tido

o ido

lido

findo

pondo ao

fundo o

modo

sundo

vindo ao

mundo]

VIROSE

há duas semanas

A náusea

na névoa

sem drágea;

a áurea

expectoração

do chá;

o estado

dormente

dessa condição

alçado

à frente

de tal suspeição:

- da gripe

sonolenta

na seca

dos sessenta

que paga

demorada

sua pressa

temporã...

(à espera

comichã

da chuva

de amanhã)

QUADRA AO NOSSO (DES)COMPASSO ESPACIAL-TEMPORAL

citeriores

Eu interior

fui anterior.

(teu exterior

vai posterior)

UMA OBRA-PRIMA

a Clodo, Climério e Clésio

Toda vez

que ouço

(que escuto

e balouço)

"Corda Bamba"

ponho vocês três

queridos que vi

menestréis do tempo

no meu firmamento.

À SEXTA INSUPORTÁVEL

Se não chover

a tempo

(não demover

o tempo)

vou remover

do vento

o que de over

lamento

não comover

(em vão morrer)

SEXTILHA À SECA INSUPORTÁVEL

sapiens

Eu chovo

tu choves

eles chovem.

Oremos:

- nós podemos

vós deveis...

QUADRA À SECA INSUPORTÁVEL

As pedras

da rua

depredas

sem chuva.

À SECA INSUPORTÁVEL

Enquanto

não chove

o tanto

que prove

espanto

(às nove)

quebrantos

que moves

do pranto...

NA URINA

mas sangra

A letra

mutreta

que impetras

sotreta

penetra

na treta

sai preta

de petra

da uretra...

CONQUISTA

A luz

entra

o breu

sai

de cena.

A luz

extra

ao breu

renta:

- ao teu

tenta

a mais.

(RE)AÇÕES

(espremo

sentidos

das letras

colegas

do frio)

[exprimo

sentido

as pedras

que rio

navegas]

ALTERCRÍTICA

Sacrifício

matinal

o exercício

lexical

natural

factício

é meu vício

principal:

- digital

desperdício

leva ao tal

fictício

precipício

autoral.

QUESTÃO ALTERCRÍTICA

[desde sempre meus

poemas padeceram

de longa tísica em

sua curta física -

embora precários

do que dizer, a

pena valeria

desdobrá-los?...]

SEM PEJO

[o desejo

que rastejo

(como o vejo

benfazejo)

num forcejo

sem traquejo

deu ensejo

malfazejo

ao cortejo

caranguejo

para o brejo

que latejo]

NA CAVERNA IV

[a custagem

da garagem

como imagem

de passagem

com paragem

da lavagem

à secagem

é a miragem

de sua usagem]

SEXTILHA NA GARAGEM XI

cedo oportuna

[o noema

que escrevo

com sono

com tono

inscrevo

que poema]

IMPASSE II

Neste rumo

iminente

sem espaço

pro futuro

não há tempo

repassado

de corrê-lo

no presente

do meu passo.

INTRÍNSECA

O que há

no que é

de lá

é já

maré

(quiçá

de ré)

de cá

até.

DUPLA QUADRA QUIRÓPTERA

quando há luz

O teto

eu piso

discreto

conciso

de preto

meu viso

espeto

no friso...

ENTRE NÓS III

Teus modos

e mandos

costumes

comandos

governos

maneiras

concertos

fileiras

têm regras

sistemas

processos

e régua:

- de padrões

e hábitos

me habitas

no âmbito

de patrões

tácitos...

ENTRE NÓS II

Tuas ruas

e sendas

veredas

estradas

que trilhas

entradas

de atalhos

nos trilhos

têm rumo

direção

tendência

salvação:

- dão ciência

das vias

em ermos

trânsitos

de fato

pedágios...

ENTRE NÓS

Teus muros

muradas

paredes

paredões

tabiques

tapumes

noturnas

vedações

têm portas

e portões

catracas

estações:

- acerca

das cercas

sabemos

que as temos

de as vermos

em clarões...

NA GARAGEM XXXVIII

retrovisor

[pois já se lê

naquele espelho

uma pele

de cotovelo

redobrando

seu desmantelo

- e mais velha

que meu artelho

assombrando

dum tornozelo

casquibrando

a contrapelo...]

SALOBRES

(o sol

que sobre

o céu

manobre)

[o céu

que sobre

o sal

desdobre]

{o sal

que sobre

o mal

redobre}

SEXTILHA SALOBRA

[que chão

há sob

um cão

tão nobre

se não

de cobre?...]

TERCETO SALOBRO

[que dobro

tresdobro

seisdobro?...]

SEXTILHA NESTE CLIMA

O céu

entre azul

e branco

laréu

dá friul

e tranco.

QUEDO CLIMA

O tempo

do vento

molhado

não chega.

(o vento

do tempo

telhado

não chega)

[o tempo

do vento

talhado

não chega]

{o vento

do tempo

falhado

se achega}

SECA SEQUÍSSIMA

Tão seco

no beco

o treco

boteco

não prove:

- boneco

maneco

no treco

caneco

não chove...

DUPLA QUADRA ILUSIVA

Deste ego

que nego

despego

patego

(e ofego

pelego

do apego

que rego)

AO CRAQUE (IM)PERFEITO

futebol que se imite

Álgido

frígido

fúlgido

hígido

túrgido

rígido:

- ungido

urgido

fingindo...

SEXTILHA AO CRAQUE (IM)PERFEITO

futebol no limite

Ágil

grácil

vígil;

frágil

fácil

difícil...

NA GARAGEM QUEIMANDO

A garagem

na vertigem

dessa imagem

artemigem

da fuligem

sem aragem

na caligem

nem origem

historiagem

outra viagem

da miragem

nos permite...

DUPLA QUADRA QUEIMANDO II

não olhe para cima

Deste sol

que amarela

teu terçol

de donzela

vem mais pó

que daquela

bisavó

caravela...

DUPLA QUADRA QUEIMANDO

olhe para cima

Ao guidom

do meul

o marrom

zoa azul

neste boom

do paiol

megaton

do paul...

AO CAMINHO DO MEIO

budista?

Aspirar

abundando-se

brando

expirar

afundando-se

quando

inspirar:

- ajudando-se

dando.

(suspirar

adotando-se

pranto)

[transpirar

evitando-se

tanto]

{conspirar

ejetando-se

santo}

MORTILHA RACIONAL

sapiens sapiens sapiens

No jogo

da queima

o fogo

que teima

demagogo

requeima

(pedagogo)

do afogo

da fleima.

SEXTILHA RACIONAL II

sapiens sapiens

A fumaça

da biomassa

em chamas

chama

desgraças

pelas carcaças.

SEXTILHA RACIONAL

sapiens

Quando

queimam

vegetais

quanto

teimam

animais?

COMPETIR

[primeiro

segundo

terceiro

no mundo

suspeito

é feito

do mesmo

jocundo

tenesmo]

SEXTILHA DA GARAGEM VIII

[a lâmpada

com defeito

que cintila

relampeia

seu efeito

na pupila]

EXPERIENTES

empiricamente

Vamos

vemos

vimos

(rimos)

fomos;

somos

rumos

sumos

fumos

a prumo...

DUPLA QUADRA DOCENTE

a esta altura

Velho

valho

menos

demais.

(relho

talho

fenos

jamais)

NOSSO TEMPO

A fila

dos dias

desfila

desídias

cintila

invídias

destila

insídias

sibila

falsídias

grafila

perfídias

oscila

mais dídias

ventila

clamídias:

- fibrila

tais mídias...

CENA DOMÉSTICA V

[as estrelas vermelhas

candentes que as unhas

de Isis No One constelam

na minha pele enquanto

brincamos cedo de manhã

firmam a melhor imagem

do céu compartilhado

da nossa felicidade a três

(lembrando que Vandecira

ainda dorme àquela altura...)]

DE FUNDOS POSSÍVEIS

(azul

anil

friul

débil

do sul

fértil

de soul

senil)

[azul

anil

taful

quadril

de bul

febril

tribul

a mil]

{azul

anil

meul

perfil

curul

servil

paul

brasil}

CEDO CEDO

sequíssima

Da hora

que cora:

- embora

de outrora

aurora

que agora

devora

afora

a flora...

DUPLA QUADRA AO CÉU AZUL

[este infinito

indefinito

ortodoxo

dispositivo

descoberto

me acoberta

paradoxo

definitivo]

NA GARAGEM XXXVII

pelos testículos

Eu oráculo

recalculo

meu vínculo

com este veículo

neste século

cubículo

de minúsculos

ridículos

pelo crepúsculo

dos músculos

mais másculos

que circulo.

MEMÓRIA BRASILIENSE

[se os espaços

repassados

são os mesmos

são seus tempos

em pedaços

arremessos

alquebrados

dos momentos

que lamento

encerrados]

MEMÓRIA DE BELÉM

afetiva (e inefetiva)

Aos vinte

não saber (o ser)

pensar

sentir

estar

compromete fruir

saborear

gozar

- e gostar.

(aos sessenta

vão saber

apreciar)

É POR AÍ

Respiro.

Espirro

(aspiro

papiros)

[lampiros

suspiro]

{vampiros

expiro}.

Tapiro

eu piro.

(eu piro

tapiros?...)

SEXTILHA DE MÂNTRICA QUADRA II

Vivo ser absurdo.

(SER VIVO ABSURDO

ABSURDO O SER VIVO

SER VIVO O ABSURDO

ABSURDO SER VIVO)

[absurdo estar vivo]

SEXTILHA DE MÂNTRICA QUADRA

A poesia salva.

(SÓ A POESIA SALVA

SALVA SÓ A POESIA

A POESIA SÓ SALVA

SÓ SALVA A POESIA)

[salve a poesia]

PINTAR ANTES DA CHUVA

responsabilidade

O céu

pastel

ao léu

painel

das queimadas

nos deu

pincel

do seu

papel

de apagá-las.

DUPLA QUADRA LENTAMENTE REPENTINA

caducando

[há pouco

de amouco

de rouco

pantouco

(de louco

tampouco)

no mouco

tarouco]

JUSTA SETILHA

Azul

o céu

meul

o réu

curul

cruel

no aranzel.

MISTÉRIO DA MEMÓRIA

Os barulhos

do passado

no silêncio

do presente

são arrulhos

do juvêncio

repassando

seus engulhos

ausente.

SEXTILHA EM FRENTE À TEVÊ II

à 5ª temporada de Fargo

[da mulher

que escolheres

tolher

colherás

encolheres

valher]

DUPLA QUADRA DA GARAGEM IX

na estação daquelas flores

Da cancela

concernente

a corbelha

florescente

aquarela

reluzente:

- amarela

finalmente.

AOS DOZE ANOS

com Vandecira

Este amor

quando veio

pousou flor

no meu peito.

(este amor

do seu jeito

ousa ardor

entremeio)

[qual amor

a despeito

provedor

do que veio]

DEPRESSIVA

homo stultus in facie belli

Essa espécie

acontece

de regredir

subespécie

que arrefece

ao progredir

cenospécie

que se apreça

por extinguir

(já que desce

sempre desde

nunca subir)

PARA DEPOIS DA GARAGEM

questões

Como será

esta manhã

quando amanhã?

Quanto terá

esse amanhã

desta manhã?

Onde amanhã?

Por que manhã?

Então virá

tal amanhã

como manhã

que poderá?

Então manhã

que deverá

num amanhã

que quererá?...

SETILHA DEPRESSIVA

sintoma

Tal peso do ar

- como do mar

sobrepesar

sob você -

é respirar

elementar

tão a mercê.

DUPLA QUADRA A APOSENTAR

conundrum

Noites solares

pós-escolares

dias lunares

por lacunares:

- eu num lugar

tarde de estar

sem superar

quais esperar...

CERRADO

amado

... pois este ar

a estriar

espesso

sobre um mar

do avesso

me faz lembrar

excessos

do apreço

pelo lugar

(empeço

que esqueço

ao lhe sembrar)

SEXTILHA GRAVÍTICA

[a rotina

acrítica

bizantina

sibarita

granítica

me levita]

QUINTILHA NA GARAGEM IV

aposentar

[quero parar

meu ser de estar

a minerar

seu calcanhar

neste lugar]

QUADRA MERAMENTE

[escorrego

lentamente

em sossego

letalmente]

BURNING HIGH II

fuligem à segunda

[segundo o Dicio, fumaça

é sinônimo de jactância

presunção, fumo, vaidade

(militâncias, pretensões

grumos, vacuidades seriam

causas consequentes)]

BURNING HIGH

fumaça ao domingo

Cambada de sempre

solipsista

agora orgíaca

piromaníaca

cumpre - queima reinos

tempos, ventos, vistas

mais perspectivas:

- quanto ao resto de nós

(da subespécie que respira

ignorâncias coletivas)

caberão máscaras

em vão em câmaras

a céu aberto

a extravagâncias?...

QUADRA EVENTUAL

[extravaso

meu ocaso

neste vaso

por acaso]

QUÂNTICO ESTAR

Móvel

imóvel

óveo

obóveo

óleo

oxóleo

enóleo:

- em torno

fico

e inerte

giro

(o forno

a frio)

solerte.

QUINTILHA NUMA PRAIA

Flávia

da Cruz

flava

de luz

amorena.

NO RITMO

hoje

O tempo

anda

a tempo

corre

retempo

voa:

- lento

tento

sento

à toa...

DA ESTAÇÃO IV

ardendo

Azul

branco

paul

preto

dão paus

mancos

jiraus

secos:

- turvas

cinzas

curvos

medos...

QUADRA DA ESTAÇÃO III

[as flores

que enfunam

enfurnam

as dores]

DÚBIA ESTAÇÃO

As flores

de odores

perfumes

de ardores

(ardumes)

dão cores

e lumes

a urdumes

de amores

(estrumes)

BALANÇO AFINAL

À vista

da vida

prática

vivida

(comida

ávida

bebida

lívida

dormida

dádiva

desperta

dívida)

revisto-a

dúvida:

- se vida

íntima

devida

ínfima...

DUPLA QUADRA CORRUPTORA

[o arrumo

do arranjo

aprumo

macanjo

dá rumo

ao brumo

laranjo

desse anjo]

SEXTILHA CREPUSCULAR II

[farol

da feita

o sol

que deita

estol

me deixa]

EPÍGRAFE

a uma vida

Seu sápído

foi rápido

seu vápido

foi tépido;

e trépido

foi ríspido

de límpido;

seu ópido

seu óbito;

de cúpido

foi lúbrico

mas pudico...

DUPLA QUADRA À SOMBRA

O breu

da luz

no enteu

almuz

(paleu

deduz)

sofreu

da cruz.

DUPLA QUADRA AO VENTO

A brisa

à guisa de

poesia

divisa

pesquisa

decifra

sibila

pitonisa.

QUADRA À TREVA

O que clareia

(porque na veia)

é a lua cheia

(porque incendeia)

SAINDO DE CENA

A esta altura

do campeonato

a aventura

(seu substrato)

é porventura

seu desbarato

sem ruptura:

- da embocadura

à estremadura

desiderato

que dependura

como insensato

sem mais contato

(sem mais contrato...)

ABOUT A PERFECT DAY

to Lou Reed and Wim Wenders

Um dia perfeito:

- seu dia de todo elemento

comum costumeiro

(nenhum por inteiro)

prazenteiramente a despeito.

PERIGO À FRENTE

progressão semântica

Aposentar:

- apousentar.

(afomentar

apotentar

afoguentar

apoquentar)

[agourentar

atormentar

acorrentar

amolentar

adormentar]

{apodrentar}

QUADRA INCÔNSCIA

da segunda

[a rotina

mais canina

é inquilina

da neblina]

LEGANDO

Alguma coisa

alguma boa

alguma loa

talvez à toa

algo de proa

que me abalroe;

algo que roa

incerto moa

quiçá me escoe

de vez gamboa

e então me poise

decerto loisa:

- porque ressoa

em mim pessoa

de algo que voe...

MINESTRA CEUBANA

a mais recente

[é menestra

o que orquestra

a mão destra:

sua balestra

defenestra

horas extras

de palestras

doutas mestras

num deslustre

deste aplustre

tão lacustre

no palustre]

SEXTILHA PARA HOJE

[enrediça

enfermiça

a preguiça

dobradiça

nos enguiça

inteiriça]

INVERNAL

Tão frio

matinal

quão frio

sazonal

enfrio

natural:

- esfrio

laboral

estrio

imortal

resfrio

afinal...

SENSÍVEL DESEJO

[o teu brilho

feminino

matutino

cristalino

é gêmeo

do fêmeo

caixilho

masculino

que aspiro]

POIS DECLINANTE

Meu músculo

mais másculo

minúsculo

no máximo

é o corpúsculo

mais próximo

de um crepúsculo

pois etário

ordinário.

BRASILIENSE II

da estação

De celeste

a cobalto

desde leste

demais alto

(Centro-Oeste

no planalto)

um dia a mil

tardando anil

corre calmo.

SETILHA OPORTUNA

na fila

Se último

(porque o lento

penúltimo

cata o vento)

meu átimo

tão ótimo

alongarei.

QUADRA À VISTA

Lá vem

nuvem.

(já nuvens

tu vens)

DUPLA QUADRA ESPÍRITA

A viver

linear

vou morrer

circular

e voltar

sem saber

(como estar

no que ser)

VINTE ANOS DE PASSAGEM

dois de agosto nesta garagem

Antes

a pé

depois

nos carros

e de saída

próxima agora

aqui parei

como se disto:

- por algo extático

estacionado

porque girando

imaginado;

até aí

deu resultado

chegando

a viagem

cheirando

a aragem

checando

à margem:

- mas como sempre

por algo estático

num paradoxo

já sem partida...

DUPLA QUADRA SIMULADA

ao ócio intelectual

Correr

da lida

morrer

em vida?...

(jorrar

de lida)

[torrar

devida]

DUPLA QUADRA TEMPORAL

Massa

demão

passa

mas não;

assa

senão

cassa

em vão.

SETILHA CEDO IMAGINADA

no rumo da garagem

Um sol

de truz

lençol

chegou:

- deitou

de luz

o grou.

QUINTILHA AO CEDO TRÂNSITO

rumo à garagem

Da noite

o dia

madruga

a via

em fuga.

DOS OLHOS II

[intensa

luz tua

te adensa

mais rubra

desde a boca

que moldura

este branco

sorridente

que apresentas]

ANDADOR DAS ALMAS

Eu indo

ou vindo

provindo

do lindo

avindo

de ouvindo

luzindo

bem-vindo

vou rindo

infindo

de findo...

DOS OLHOS

[intensa

luz tua

te adensa

andaluza

como sol

sob o par

de sobrancelhas

celhas negras

que apresentas]

SEXTILHA IMANENTE

[se pobre

pobrão

pobrete

em vão

seu paupérrimo

lembrete]

DUPLA QUADRA DIUTURNA II

Às vezes

há redes

por vezes

paredes;

seguros

reveses

futuros

há meses.

DUPLA QUADRA DIUTURNA

Apesar

de passar

o tempo

refecha

o espaço

da brecha

de seguir

ao chegar.

DUPLA QUADRA NA GARAGEM XII

a olhar estacionado

À esquerda

da mureta

a fruteira

goiabeira;

à direita

passageira

o que queiras

de fronteira.

QUADRA NA GARAGEM VIII

penúltimo capítulo

[cheguei antes

do sol depois

inerente

ao vão que sois]

VOLTA ÀS AULAS

e à garagem

Meu recesso

do insucesso

(tão espesso

seu processo)

trago avesso

no regresso:

- por apreço

recomeço

inconfesso.

SEXTILHA SEXUAL

fechando a série

[o que apõe

a morte

na vida

não como corte

mas como lida

é o sexo]

QUADRA SEXUAL XIV

décima-quarta variação

(de boca

que apele

defenda

o membro)

QUADRA SEXUAL XIII

décima-terceira variação

Qual boca

na pele

tal fenda

no membro.

SETILHA À ÚLTIMA VISTA

O visto

previsto

benquisto

malquisto

revisto

é misto

por isto.

SEXTILHA AO CRAQUE VAIDOSO

recado

A bola

que rola

da gola

argola

enrola

e embola...

SEXTILHA CONSENTÂNEA

[repasso

meu passo

qual paço

que espaço

de vagar

devagar]

SEXTILHA COETÂNEA

[contemplo

o templo

do tempo

a tempo

de restar

nele estar]

QUADRA SEXUAL XII

décima-segunda variação

(na boca

há pele

da fenda

que lembro)

QUADRA SEXUAL XI

décima-primeira variação

À boca

da pele

na fenda

há membro.

DILATAÇÃO IMOBILIÁRIA

A cidade

fatuidade

avança

do circuito

sua pança

gratuita

onerosa

e fortuita

para cá.

Que será

do sossego

luminoso

(desapego

silencioso)

verde-azul

contramão

ao taful

neste chão?

CATRAPUS

[num sábado

enlevado

que se introduz

cheio de luz

sou cágado

alombado

num vágado

derrubado

dum avestruz]

QUADRA SEXUAL X

décima variação

(dê boca

à pele

e fenda

ao membro)

QUADRA SEXUAL IX

nona variação

Da boca

à pele

a fenda

dá membro.

DÊ-SE-ME

Beija-me

beijo-te.

Abre-me

abro-te.

Dê-se-me

dou-me-te.

(toca-me

molho-te)

[chova-me

colho-te]

{ponha-me

sonho-te}

QUADRA SEXUAL VIII

oitava variação

Da boca

à pele

há fenda

com membro.

QUADRA SEXUAL VII

sétima variação

Da boca

à pele

há fenda

e membro.

MINHA ORAÇÃO

repetida como um mantra

"tudo acontece

ao mesmo tempo

no mesmo espaço

todas as vezes:

- e o que seja

belo, justo

e bom, porém

prevaleça

aquém do bem"

ZUMBI

A vida

batida

mordida

ferida

partida

fugida

se vida

revida

corrida.

QUADRA SEXUAL VI

sexta variação

Na boca

há pele

que fenda

do membro.

QUADRA SEXUAL V

quinta variação

Na boca

há pele

da fenda

do membro.

QUADRA SEXUAL IV

quarta variação

À boca

há pele

de fenda

e membro.

SOL INVERNAL

Frio

seu brilho

venta

brio

que grilho

denta

(rio

um trilho

tenta)

QUADRA SEXUAL III

terceira variação

Há boca

na pele

da fenda

do membro.

QUADRA SEXUAL II

segunda variação

À boca

da pele

há fenda

e membro.

QUADRA SEXUAL

variação

A boca

na pele

dá fenda

ao membro.

QUADRAS SEXUAIS

série de uma memória

agora sem desejo

matriz

A boca.

A pele.

A fenda.

O membro.

BOLIVIANA

a despeito do racha infeliz

De novo

um golpe

da trupe

mais torpe

que o povo

reprova

de novo

mais forte:

- que prova

que povo

renovo

sí puede.

AMNÉSICA GARAGEM

Fui ontem.

Vou hoje.

Pois irei

amanhã

porque dei

mei' tantã

que a manhã

de anteontem

me foge.

SEXTILHA OMISSA

[o inverno

fraterno

interna

paterno

infernos

maternos]

SEXTILHA QUE ESTICA

tardia a garagem

[as flores

amarelam

paralelas

às cores

dos pores

que protelam]

SEXTILHA PARANOICA

Seguindo

seguido

foi visto.

(fugindo

fugido

foi disto)

DUPLA QUADRA PASSAGEIRA

À frente

defronte

o poente

e a ponte

(a mente

sua fronte

tão rentes

ao monte)

QUADRA OPORTUNA

[o tempo

momento

a tempo

comento]

QUADRA NUBLADA II

[o sol

que furta

estol

encurta]

QUINTILHA ENVERGONHADA

[encoberto

entreaberto

descoberto

boquiaberto:

recoberto]

SEXTAIN ON DRUGS

[a papoila

da caçoila

lentejoila

a moçoila

de façoila

em tacoilas]

SOBRE O ESTADO DAS COISAS

súmula

Azul

acima

nozul

abaixo

curul

ao lado:

- tribul

alçado

meul.

QUATRO QUADRAS NOTURNAS

Tatua

a lua

tão nua

a rua.

Da rua

a lua

recua:

- é tua?

Da grua

a lua

adua

peruas.

Gazua

a lua

desnua

cafuas.

QUINTILHA (QUASE) QUÂNTICA

Tudo acontece

ao mesmo tempo

no mesmo espaço

todas as vezes.

(às vezes)

EGO SAPIENS

Que tipo de ver

veria o visco

do paraíso?

Que tipo de ter

apenas tisco?

Que tipo de ler

tal paraíso

como um belisco?...

...

(quem poria em risco

bichos, plantas - livros?)

[quem creria nisso

de iludir um risco

sem prejuízo?]

{geriria isso

com qual juízo

se não narciso

tão interciso?...}

...

Que tipo de ser

seria um cisco

(apenas cisco)

no paraíso?

CULPOSA

A justiça

dobradiça

de preguiça

corrediça

é postiça:

- levadiça

e enrediça

o que atiça

como liça

mal cobiça...

DA CARNIÇA

à cobiça que se atiça

A fria luz

amarela

que se introduz

da janela

esfria a cruz

da capela

e se traduz

como dela;

por tabela

traz urubus

pela trela

que reproduz

a anos-luz

da cautela

de um de cujus

magricela...

POR UM AVO

Bravo

travo

travei:

- pavo

calvo

pravo

cravei;

clavo

cavei

parvo

avô

chavo

que dei...

DUPLA QUADRA CONTEMPLATIVA

Flavo

céu

claro

de luz

favo

mel

caro

seduz.

RELATIVAMENTE

Ontem

tão jovem

sonhei

com o futuro;

hoje

sonho

maduro

com o passado:

- ambos

presentes

se não

inda acordados.

SETILHA ILUSIVA

Vamos indo por onde

para aquele horizonte

seja a pé ou de bonde

desde que haja uma ponte

- mas que esteja defronte

sem que esconda que esconde

(que o destino é mais longe?...)

AOS NAMORADOS

recado após 12 de junho

Namoros

canoros

de poros

e coros

a goros

e choros:

- laboros

de soros

decoros

santoros

dão foros

sonoros!...

QUINTILHA SIBILANDO

O frio

dá brio

ao trio

que crio

(pio, mio, cicio)

DUPLA QUADRA NAVEGADA

cedo até a garagem

Amarela

manhã

caravela

divã:

- amarelo

sedã

belo

catamarã.

EU PRIMEIRO

O que este mundo

rotundo

jocundo

facundo

fecundo

imundo

profundo

no fundo

segundo

de fato me diz?

- que escreveu com giz

de fato o que fiz?...

NA REDE SOCIAL

A praça

da raça

da caça

reaça

realça

negaças

ameaça

vidraças

profaça

chalaças

abraça

mordaças

couraça

carraças

carcaças

desgraças:

- fumaças

que traças...