sexta-feira, 28 de março de 2014

SOBRE A NOITE MAIS ESCURA QUE A NOITE

o abismo num pires de meia hora

Cochilo profundo à tarde
desejo de gozo que arde
na arte de um sono curto em
despretensioso mergulho

(ao que nunca mais cogito
além de um leve suspiro)

naquela verticalidade sem
idade/gravidade/sentido

ativando a enganosa memória
(pois sonho) da emergência (suponho)

da experiência do nada (pois nulo
o encontro à parede do mistério)

retornada à vigília (num pulo
passado ao presente refrigério)

***

[somente poesia
poesia insolente

(diz-se ensolaradamente

poesia de vida
inclusivamente)

enfrenta a entropia]

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