quinta-feira, 30 de outubro de 2014

REVISITA 21: FANTASIA MATUTINA

No limiar das trevas para a claridade
pululam dedos do incriado.
Vão luzes cortando o ar já refeito
das mazelas dos respirandos do dia anterior.

Da densa noite ficou um rastro
iluminado por desejos de um sonho.
Verde floresta de criaturas e cogumelos
perdeu-se incompletamente.

Sobe o sol por cima do real
movimentando o calor da angústia rotineira.
Rostos de reconhecida ambiguidade
são pedras jogadas no caminho.

Anda a roda gigante - logo densa outra noite
recobrirá o que descansa a vida.
Livre no sono a procura
sonhará perdida a floresta encantada.

27/07/1982

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