terça-feira, 3 de abril de 2007

Mulher

Habita em mim uma dialética alma feminina, cheia de perguntas que nunca se encerram. Tenho dúvidas e certezas, choros contidos e sorrisos distribuídos. Não sei quantos sonhos invento ou quantos medos carrego. Sou vírgula, ponto final, reticências. Tenho entranhas que geraram vidas, fantasias que não aconteceram, cicatrizes abertas, desejos.

Meus olhos alcançam além do que permite a retina, os fatos chegam depois do que revela o meu sexto sentido, meu coração adoece a cada vez que me desencanto, e me despedaça, e me machuca. Sou a mão que bate, a voz rígida que ensina, mas sou o beijo que consola, que ameniza. E essa complexidade desgasta, corrói, violenta.

Mas há em mim força, coragem, mistério. Sirvo-me das máscaras que guardo para me transformar em tantas... Grito, choro, me arrependo, e depois consigo sorrir do meu próprio descontrole. Vivo ao extremo angústias e momentos bons. Carrego na face todos os sentimentos de uma só vez. E sei que sou feita de sensibilidade e contradições porque nasci mulher.

Ju

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