quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ANTEONTEM

Fui à noite da ostra prateada
sob o seio da enchumaçada
concha compreensiva.

Marmórea. Invertida.
Desestabilizada
(se etérea todavia
de impossível ruína).

A noite tectônica da abóbada
nada geológica. Aceleradas

suas placas sujas perfuradas
rodaram embaçadas

saias e anáguas

(a encardida algodoaria
dos bons-tons múltiplos do cinza)

congestionando vias do céu.

Faroletes havia
cabeças de alfinetes
- as digitais dos deuses
pespegando paredes

de absolutamente.

E meus olhos caixilhos
(na ótica dos trilhos)
molduraram os cantos
dos encantos da cena:

- no túnel redondo
louco espiralando
preso ao centro branco

um Pollock titânico
borrando a demão cistina
de um falso Michelangelo

abriu-fechando pernas
à madrugada mista

que há tintas não se via...

(dialética delenda
de eclética ferida)

[de prata a prataria
tão suspenso argento

por sobre a pradaria

(suspeito)
dinheiro algum briga]

Nenhum comentário:

Postar um comentário