a uma feliz posteridade
Leia, leia, leia, leia!
Peia, peia, peia, peia!...
Tua leitura - que salienta
a torpeza da tristeza
no alexandrino elegante
de um estilo querelante
cabula a alma sensível
para a beleza visível...
Qual é, Baudelaire? Século
e meio depois, crédulo
acho que nada - da prata
suja do tempo - separa
o escritor contemporâneo
de um seu leitor sucedâneo...
(ainda que o brilho original
perca-se nas cópias do mal;
ainda que o gênio seminal
chafurde-se colateral)
Charles - Édipo fajuto!
Com desvelo inauguraste
sete gerações de luto!
Charles - por que mui remaste
(contraditório contudo)
entre Perséfone e Hades?...
[mas que ventura passeia
pelo correio das artes
maledicente em novembros?]
[e qual desventura ondeia
a praia de monumentos
beneficente de Charles?...]
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