quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CHARLES

a uma feliz posteridade

Leia, leia, leia, leia!
Peia, peia, peia, peia!...

Tua leitura - que salienta
a torpeza da tristeza

no alexandrino elegante
de um estilo querelante

cabula a alma sensível
para a beleza visível...

Qual é, Baudelaire? Século
e meio depois, crédulo

acho que nada - da prata
suja do tempo - separa

o escritor contemporâneo
de um seu leitor sucedâneo...

(ainda que o brilho original
perca-se nas cópias do mal;
ainda que o gênio seminal
chafurde-se colateral)

Charles - Édipo fajuto!
Com desvelo inauguraste
sete gerações de luto!

Charles - por que mui remaste
(contraditório contudo)
entre Perséfone e Hades?...

[mas que ventura passeia
pelo correio das artes
maledicente em novembros?]

[e qual desventura ondeia
a praia de monumentos
beneficente de Charles?...]

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