quarta-feira, 16 de julho de 2014

REVISITA 1: TEXTOS LIVRES

Nestes rascunhos, minha existência é posta, exposta ao julgamento público de um indivíduo: eu. Não que eu seja exclusivista: é preciso entender que melhor ninguém pode avaliar aqui dentro o que se passa.


Para escrever alguma coisa, preciso estar sob forte pressão emocional. No meu caso, significa estar confusamente apaixonado. O objeto de minha paixão? Deve estar por aí, brincando de gata e rata comigo.

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Metido dentro de mim, enfurnado nas minhas coisas, jaz meu o eu. Anda não muito satisfeito com o que tem feito. Pudera, inconformado!... Mas o tédio acomoda, acomoda mais que ausência do que fazer. A cara na frente do espelho, no banheiro, tudo diz. Após ver você após você todo dia, não faz diferença feiura ou beleza: a gente ser é mesmo igual.

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Sérgio. Em latim, um servo. Da sua própria angústia, essa mola que mal empurra adiante, para cima e para baixo.

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Empaco. Parco e servil. Mas quando todos menos esperarem, o acúmulo de dejetos oriundos da minha infecunda atividade de pensar lançar-me-á à frente. Para outro estado que não de espírito.

09/03/1981

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