A turvar um olhar cansado de te faltar;
Sonolência de almoços, de sentidos entorpecidos,
De tardes mal digeridas, tanta a minha saudade!...
Vivo um sono irritado, letargia impaciente
Da tua ausência de um leito demente de tantos sonhos!...
Onde, por vezes medonhos, acordados ficávamos
De um medo paralítico, tanto o medo de acordar!...
Agora que estás não estando, para lá de horizontes,
Muito além de azuis quentes e negrores estrelados,
A névoa árida em que acordado turvo
Cochila pesada a minha saudade...
Mas até quando, por quanto tempo
Cansado de te faltar, almoço e tanto me entorpeço?
Respondo que provisório - espero!
Pois se cruzo as tardes indigesto,
É da ânsia de afogar, demente entre beijos,
A paralisia da tua ausência:
- o monstro acordado medonho
que paira por trás desta névoa...
02/05/1996
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