terça-feira, 19 de maio de 2015

REVISITA 55: SEM TÍTULO

De um tempo que não te vejo, veio esta névoa
A turvar um olhar cansado de te faltar;
Sonolência de almoços, de sentidos entorpecidos,
De tardes mal digeridas, tanta a minha saudade!...

Vivo um sono irritado, letargia impaciente
Da tua ausência de um leito demente de tantos sonhos!...
Onde, por vezes medonhos, acordados ficávamos
De um medo paralítico, tanto o medo de acordar!...

Agora que estás não estando, para lá de horizontes,
Muito além de azuis quentes e negrores estrelados,
A névoa árida em que acordado turvo
Cochila pesada a minha saudade...

Mas até quando, por quanto tempo
Cansado de te faltar, almoço e tanto me entorpeço?

Respondo que provisório - espero!
Pois se cruzo as tardes indigesto,
É da ânsia de afogar, demente entre beijos,
A paralisia da tua ausência:

- o monstro acordado medonho
que paira por trás desta névoa...

02/05/1996

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