sábado, 23 de maio de 2015

REVISITA 57: À NOITE

À procura de um caminho, perco-me à noite
Entre vias que distraem e atalhos que enganam;
Dos impulsos caprichosos, sequioso permaneço
O desejo suspenso em encruzilhadas infinitas...

Dos rastros de sonhos desvanecidos, mal chega o dia
Maldigo as idas sem vindas, tão exaurida a busca, e exaustiva;
E na vigília que perdura, ao marcar a hora lenta
Paraliso a procura, a minha procura à tua procura...

Contudo, uma vez vivo, se insisto e acredito
Que o que ignoro e tu desvias esconde as pedras exatas
O chão inequívoco das certezas que não virão

Na inutilidade de tentar, seguro permanecerei:

- pois se invólucros sonhamos, e a noite é finita
seguirei te buscando e me perdendo, vez que sempre chega o dia...

08/07/1996

Nenhum comentário:

Postar um comentário