sexta-feira, 5 de junho de 2015

REVISITA 64: PRINCIPESCA

Sob a chuva intensa, parede de um céu desmoronando,
Alagada inteira a floresta, prenhe, inchada de oceanos,
Meu olhar batráquio, encantado, boiando vítreo, extático,
Pétreo te contempla borboleta, princesa dos meus sonhos!...

Sob um cogumelo envergado, no suspenso espaço,
Suspendo as palavras - encerrada a bocarra enigmática
Em dúvidas - embora às tuas asas, submissas borrifadas
Destile, principescas - colar de caricatas gentilezas...

O sapo sapo! que sou aguarda, paciente,
Um arrastar teu de asa, sapiente?
Antes que passe a água, e a borboleta espreguice;

O sapo príncipe? que não pareço barganha, pedinte,
O teu ósculo improvável, haja sapo a engolires
Entre os vários verdes pétreos que remanescem...

23/05/1997

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