com que penduras no futuro o meu presente
(na hora transitória de lua insinuada
entardecendo um tempo sem lugar)
convida certo olhar, que a mim já não pertence
a estender o horizonte, ou ao ventre retornar
***
Minha dúbia natureza vibra a freqüência
do bater elétrico de tuas asas
(o cuidado alegre de tuas lides);
entre as tuas antenas, sob a ruiva coroa
conjugam-se no espírito as tuas idéias
(rosário eterno que à minha vida ocupa)
***
Nas asas de vidro, janelas para o infinito
(fendas por onde passo) um pássaro calo
à noite espantado (nem tanto do espaço)
sob a tenda estrelada onde voa, etéreo
(a pretender teu ventre no leito do horizonte)
num governo que a mim já não pertence...
25/05/1997
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