do maior poeta da língua
João Cabral de Melo Neto.
Pernambucano adepto
del palo seco flamenco
faz o percurso concreto
(diz-se que pavimentado
sobre a água do relato)
do engenho ao Capibaribe
emborcando no Recife;
do Capibaribe à ilha
ida Recife a Sevilha
e dali vaza a retina
(descolada da lírica
por súbita ventania)
de quem lê a pedra gasta
mais de pontiaguda, afiada
no descaminho do passo
de quem medra ensolarado
fundo na lama; o bagaço
atrasado do passado
que mal lhe adocica a canga
refugo da cana; a dança
entre a gitana e o caboclo
de lança - de capa o louco
e lâmina na tourada
do galo, caranguejo, cão:
- mas quem está sujeito ao fio
da faca de uma aspirina?
Severa. Concisa. Exata
Meridianamente clara
a fala dos olhos do João
tão Cabral no palo seco
(a minha leitura que não).
Nenhum comentário:
Postar um comentário