quinta-feira, 11 de setembro de 2014

REVISITA 14: UMA CARTA

curta, acerca de anos universitários

Nada posso dizer do sentimento hibernante sem hesitar frações de tempo presente. O tempo. Elástico ressecado, amnesia seletivo o pensamento (e seus rompimentos).

Dos anos que passam, apenas resquícios de momentos cruciais especificam. A alegria incontida; a decepção maldisfarçada. A memória detalha - mas o tempo que escorrerá das lembranças inexiste. Pura ilusão.

Assim é que condensaremos três anos de nossas vidas no espaço de um dedal. Esse dedo - de galinha ou de elefante - deslizará sobre as marcas dos semblantes, pelo que mudamos e no que aprendemos. A partir daí, entretanto - quanto às estórias da história -, outras poderemos: à medida que formos novos em nossos momentos, mais longe e difuso e enganoso será o passado, mesmo marcante.

Creio melhor assim. Justificará as demais tentativas.

29/08/1981

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