terça-feira, 2 de setembro de 2014

TERRITORIAL II

Sou uma criatura da Asa Norte.
O resto da cidade - é a morte!

Sou caso de prospectiva
vida de eremita com sorte
em Brasília - senso teria?

(ilha nesta casa revista)

Ter de deixá-la, minha Asa
abandoná-la, minha taba

é como obrigar-me da Ceasa:

- hortifrutigranjeira, castra
das carnes paixões madrugadas!...

(baratos se houvessem, tão caras)

Se sou criatura da Asa Norte
(o avesso da outra asa, forte)

de móveis que removo imóveis
de carros que apodreço raros
de sonhos que aposento sonhos

por que perguntas - Sul, Sudoeste

Lagos Sul, Norte, satélites
aquela expansão a noroeste?

Nada contra as efemérides
dos lugares em que estiveste

- mas sou cacto da Asa Norte

(animal sem rodas, radical
de esporas, esporo do local)

talvez único dessa espécie.

...

[Brasília, da perspectiva
acima - sentido faria?]

Nenhum comentário:

Postar um comentário