Um vento lava a cara surrada dos dias
Limpa a mente das faltas do próximo
Percebe no ego o erro.
Para amar-se um cego basta ver, ao lado
O meio-fio doente.
Uma rajada varre a Brasília fiscal do tempo
Levanta a poeira dos atos legislativos
Cata a rara virtude.
Para querer-se um bem basta ser, acima
O santo da última chuva.
A brisa que sela a boca incauta dos homens
Trai a intenção oculta da palavra
Mostra o velho no novo.
Para livrar-se do mal basta saber, abaixo
A causa do barro nos pés.
08/07/1985
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