quarta-feira, 25 de novembro de 2015

REVISITA 108: A RAINHA E O ANDARILHO NUM BARCO ARAGUAÍNO

37º poema de À procura de Nefertari

Por que tão forte esta impressão
(ao imaginar-se a invenção)

das minúcias, concebermos pedrarias
entre as múltiplas, pequeninas

miríades que pescaríamos
ativos de ideias, redes vivas?

- faíscas cognitivas
desencadeando, de antigas línguas
viagens paradisíacas!

E quão crível (me espanto e admiro)
que eu queira tanto, e comprido

encher o vasto espaço das nossas vidas
(todo o tempo da história do mundo)

giramundando contigo e tuas carroças:

- teus badulaques, meias-verdades
versos esquivos e frases alquebrando

criaturas de carinhos e espinhos
amores em dúvida e estórias!...

[tudo correndo em papel fino
e tela plana, descendo ao infinito

teu rio largo de talento e brilho]

21/08/2005

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