domingo, 4 de setembro de 2016

REVISITA 153: JÂNGAL II

No relvado
parado
em compasso
de espera.

Sinto a nuca rija
do resfolegar de suas narinas
enganadas

(o monstro imóvel tortura-me
errando expectativas).

O céu verde-escuro, o ar esquivo
papéis surdos espalhados;

os minutos sentados, os segundos
minúsculos alfinetes:

- a carreira bruta por começar.

Que palco triste que sou
de forças alheias, acerbas
apertando-me o pescoço;

quão opaca a vida
às vezes, e quanta estiva
obrigo-me sempre
a mover:

- para que o demônio interior encontre passagem.

05/04/2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário