segunda-feira, 6 de março de 2017

EPICURISTA VIII


Eu empurro para amanhã

o que posso fazer hoje

a fim de aprazer a manhã

ensolarada que foge.


(ele ocupa com presentes

imaginativamente

entrementes o presente

mas imaginariamente)


[desocupa o que é evidente

de heranças e esperanças vãs;

de hojes de ontens e de amanhãs

contratempos condicionais]


{alivia o que é pendente

porque fino fio tênue

dependura dores e elãs

contraventos adicionais}


Neste fino fio tênue

- onde a vida equilibrista

pede a mim que continue -

vivo a minha trapezista.


(talvez peixe que se deixe

que se deite numa rede)

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