domingo, 9 de julho de 2006

Adega

As mesas da adega estavam quase vazias, apesar da sexta-feira. As poucas pessoas sequer olhavam para os lados. O ambiente era perfeito para quem escolheu devaneios para a noite fresca. Eu mesma não os havia escolhido, mas eles me encontraram sem esforço, como presa fácil.
Notei seus olhos cravados nos meus. Era a primeira vez que os olhava de tão perto. Vi que percorriam, brilhantes, cada pedaço à mostra do meu corpo e que brilhavam um pouco mais na medida em que tentavam intuir o que estava encoberto.
O arrepio fez tremer. O desejo me permitiu. O vinho encorajou. E uma ousadia mútua fez daquele momento o prefácio da nossa história.
Ju

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