quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Enquanto isso...

Enquanto a luz anda longe, sirvo-me de lanternas improvisadas, geradores criados para esclarecer o incompreensível. A lucidez se avizinha e, com ela, o desfecho. O frio e o enjôo me chegam ao ventre: qualquer dos caminhos à frente me inquieta e me angustia. A decisão iminente me transforma em quem não quero ser.

Enquanto isso, você espera, quase suave. E me observa, e me julga. Faz promessas que me levitam, constrói sonhos a dois, antecipa um futuro que me chama. Sacode tudo quando paro no tempo e nas minhas ações, priva-me dos perigos, mas me lembra que eles estão ali. Vejo-me, então, parte de um projeto louco, tentador e tão nosso!

Enquanto espero a magia da luz, deixo em suas mãos o meu corpo. Permito que você o percorra devagar e faça dele a sua casa. Toco de leve seus lábios para dissimular meus medos. E tudo parece certo, reto, justo. Sim, você me aguarda. Mas não imóvel, não sem vida...

Ju

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