quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Medo

Sempre que o medo vem, percebo o frio estender-se às extremidades do meu corpo. Não é um frio que se resolva com boa coberta, parece que a alma se congela e se cristaliza em cubos. E dói. Dói muito.

Mas hoje encontrei em você o alívio para o mal que me arrebenta. Bem cedo, corri para deitar minhas angústias no seu colo e senti, aos poucos, o degelo. A sensação viva da baixa temperatura foi-se dissipando. Seu toque aqueceu minha alma e derreteu os cubos, que escorreram, molhando a cama.

Saí dali sem resolver meus conflitos, mas o medo passou e, com ele, o frio. Dobrei a esquina, vendo-o miniatura pelo retrovisor do meu carro e ainda consegui sorrir, fiel à minha incessante fragilidade.

Ju

Nenhum comentário:

Postar um comentário