Sempre houve um calmo dia
Macio que sonhei claro, de brisa
Morna, quase líquida carícia
Soprando aquém da via vivida
E nesse falso dia de eterna calmaria
(de superlativa falta de expectativa)
Noite a anoitecer havia, e não ver
Arrefecendo o que em seguida vinha
Despertava, da surpresa ira
(matéria escura que tortura a vista)
Esmagada certeza científica:
- Aquela ternura, infinita e obtusa
escorrendo onírica de tal pintura
evoca, no seu ocaso alaranjado
maior ternura ainda, inda obtusa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário