terça-feira, 16 de dezembro de 2014

REVISITA 37: PRAÇA BATISTA CAMPOS

Belém do Pará

Sobram folhas caídas no banco da praça.

No cair das folhas
jaz o tempo inamovível

que passa-possante rápido-e-lépido

- o bólido do espaço indefinível
de velocidade inamovível.

Datas evocam imagens inalcançáveis
incansavelmente;

o passado é uma corda já roída
imprestável;

se quisermos sobrevergar o arco do destino
quais setas atingirão o alvo?

A saudade tapa a boca
de repente;

sons guardados na lembrança
animam o gramofone:

- a praça vazia testemunha
o que é de vida nenhuma.

O vento sibilante/balouçante/refrescante

ecoa inaudível

quando a paisagem foge à mente

(se morre o som
fantasmice)

A Batista Campos é o zoológico dos meus bichos interiores.

09/07/1984

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