Neste espaço em que o tempo não anda
árvore enraízo; e fixo, fico toda a vida
por teu pouso cansado de pássaro a ermo
esperando errar de galho, de outro caminho
errado, do rumo equivocado, tocar distraído
o plano físico; que, num planar alquebrado
de tantos infortúnios derivado, esse vôo ferido
enfim chegue, no exíguo segundo, ao meu ninho...
Por enquanto, tudo o que sou sob o céu limpo
é um meio copo vazio: a metade do teu amor
querido, mil vezes perdido entre mundos
esquecidos do seu contrário - deste, suspenso
no tempo que não anda, no mesmo espaço
em que eu - ninho e pássaro - seria ao teu lado.
15/05/2005
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