sábado, 12 de janeiro de 2019

REVISITA 162: HORA FELIZ

A luz oblíqua
na branca toalha

arruma a mesa às cinco.

A tarde ubíqua
já deita poalha

num bar qualquer do mundo.

A rua, afora
trepida seus calores;

adentro, chacoalha
ideias nas cervejas.

Turvas figuras
estacionando

abrem sorrisos;

aguardam delirantes
a tal mirada errante

que solamente as veja.

Na hora à toa
o ocaso voa

da espuma à boca;

na sua festa
toda amarela

cabe, ludo
tudo, quase:

- o acaso absurdo
desde que se esqueça;

desde que derreta
temores de amores...

31/10/1991

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