Adentro, agora mesmo
afora, neste momento
o passado, meio a esmo
perpassa, desenterrando
meu passado: vem por todo lado!
Um passado, de repente
repassando no presente
repassando no presente
debruçado no meu poente
se convém pouco avistado;
ente de outro continente
embrulhado de presente
sobrevém de trás à frente:
- na vigília, no sono
na penúria do sonho;
na geleia que ponho
na peleja que colho
sem ideia de como;
sem que eu o passe a limpo
sem que eu o queira vindo
sem que cerveja ou vinho
sem que eu o inveje findo...
O passado me vaza
eu o vazo trespassado:
- ambos ultrapassados
datados, etiquetados
e eu tentando desabraçá-los!...
[o instante - enorme lá fora
o adiante - o que me resta por ora
nesta vida implorando por vida
(o bastante - a estante, a prosa
a poesia corrida, a corrida...)
- e vem o passado e sua tropa
assando o esvaziamento das tripas?!...]
Não bastasse eu estar lento
não bastasse desatento
(nem brancos meus pelos nem negros
nem peles castanhos crescendo
a boca, escurecendo
a mente, se espremendo
nenhum sentimento)
e me apagasse contra o vento
se é passado - vem desconvidado:
- demônio verdoengo
importuno legado!...
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