quinta-feira, 3 de setembro de 2015

REVISITA 88: SONETO MORTO DE AMOR

13º poema de À procura de Nefertari

Densa, e escura, e pesada - absinto
drogada pasmaceira à tarde, a sexta
saudade devora fígados, a paciência
lenta comigo nesse momento-abismo

(e um desejo de amor imenso
paraíso se tudo fosse farto
deita a correr meu tempo
agoniza sem morrer de fato)

A gravidade pesa o meu cansaço
em toneladas; a esperança de banhar
o espírito em confiança, esvai-se regular

pois tudo esbarra monstruosa ausência:

- além dos sentidos, a tua fina lembrança
fria lâmina, despedaça-me a garganta...

15/04/2005

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