terça-feira, 29 de setembro de 2015

REVISITA 96: A CHAVE

22º poema de À procura de Nefertari

Nunca eu soube de que lado era
a secreta entrada das câmaras
de mim, íntimas desconhecidas:

- por onde vieste, qual brisa agreste
assombrar de cima abaixo, frescor
verde-róseo varrendo sepulturas...

Dos corredores nunca percorridos
defuntos interiores nos abismos
embora pressentisse, eu não soube:

- até que dispondo o teu corpo
de tua alma depois em escritura
peregrino, me alçasse todo
num matutino longo vôo...

O que cofre involuntário frio
tinha aquele sólido sido
à superfície, vívido vidro

pulsante rachou vertical do exterior:

- no espiral vento, a utópica face
em rubor encantador, íngreme
do amor, fez-se ápice - a chave
inadvertida da felicidade...

30/04/2005

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