22º poema de À procura de Nefertari
Nunca eu soube de que lado era
a secreta entrada das câmaras
de mim, íntimas desconhecidas:
- por onde vieste, qual brisa agreste
assombrar de cima abaixo, frescor
verde-róseo varrendo sepulturas...
Dos corredores nunca percorridos
defuntos interiores nos abismos
embora pressentisse, eu não soube:
- até que dispondo o teu corpo
de tua alma depois em escritura
peregrino, me alçasse todo
num matutino longo vôo...
O que cofre involuntário frio
tinha aquele sólido sido
à superfície, vívido vidro
pulsante rachou vertical do exterior:
- no espiral vento, a utópica face
em rubor encantador, íngreme
do amor, fez-se ápice - a chave
inadvertida da felicidade...
30/04/2005
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