primeiro poema de À procura de Nefertari, obra inédita
As vertigens do escolher são a paga
dos espíritos livres.
Embora acrófobo, sigo os teus passos
à procura das tuas mãos etéreas
(nervosas, ligeiras, elusivas: creio ainda firmes)
no fundo azul das telas;
fugaz, o teu ar rarefeito
sustenta nas alturas o granito pesado do meu medo.
As quelóides na alma são da saga
dos seres libertos.
Se virtual te rastreio o espaço
(hipertextualizando trilhas)
tropeço nos vestígios das batalhas
que travaste contra as fissuras
que te partem em duas, três, várias
doces criaturas.
A vida em pedaços vem da calha
do tempo repassando novidades.
Circunstancialmente atrasado
(ainda a relógios acorrentado)
contemplo o teu caminhar alto
fechando circular
(os dedos pelos pés, dos sonhos prenhe)
hic et nunc:
- o que cura neste lugar
e aos egos junta, agora
trago no descompasso
desta quase-hora.
27/03/2005
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