segunda-feira, 10 de agosto de 2015

REVISITA 80: LA SORCIÈRE

quarto poema de À procura de Nefertari

Fora, a noite cobre tudo que amanso
com seu manto estrelado de cabalas;
por dentro, a noite debate-se; e se tanto
em frente, a tela é frente - de batalhas!...

Luta amorosa, e doce, e tormentosa
por teus vários fragmentos; pelo entendimento

inteiro de ti vaporosa; da musa eletrônica
chave de todas as portas:

- dos portais daquele espaço há tempos
que noite embora (lida de ventos e cansaços)

[de escuros interiores e exteriores vastos]

{dos obscuros significados}

a manhã renova - e com ela, outros obstáculos;

... mas que um dia, numa hora
(marcada muito atrás por nossos ancestrais)
reunirá contemporâneos os pedaços

da menina-princesa de outrora

aos meus sonhos tão planos - de pisados;

e torto então, incompleto (completamente humano)
o cair imperfeito das peças no cotidiano
celebraremos - nas nuvens, como hiatos contando

o quebra-cabeças redentor do amor - a eterna cola.

02/04/2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário